IPCA
0,46 Jul.2024
Topo

Opções de venda da Vale sobem 300% em 4 dias, enquanto ação atinge mínima em 11 anos

07/01/2016 14h31

SÃO PAULO - Os primeiros 4 pregões de 2016 já mostram que o investidor deverá sentir saudades de 2015: diante dos temores cada vez maiores com a China, o Ibovespa já caiu mais de 5% e voltou a operar abaixo de 41 mil pontos - o que não acontecia desde março de 2009. E com o gigante asiático em crise, a ação mais dependente do país na Bovespa sofre os reflexos disso: a a Vale (VALE3; VALE5) sofresse neste início de ano. Contudo, nem todos os investidores que "seguem" a Vale estão tristes com essa situação.

Na Bovespa, as ações da mineradora seguem em derrocada, com os papéis ordinários (VALE3) recuando 14,12% em 2016, a R$ 11,19, e os preferenciais caindo 13,95%, para R$ 8,82 (cotação das 14h35, horário de Brasília) Na mínima desta sessão, aos R$ 8,56, os papéis atingiram  o menor patamar desde maio de 2005 . Já no  mercado de derivativos, onde as variações são muito mais intensas,  as opções de compra acompanham o movimento das ações, ao passo que as opções de venda marcam ganhos de até 300%.

Começando pelas "calls" (opções de compra): os contratos VALEA10, com preço de exercício de compra a R$ 10,12 e vencimento em 18 de janeiro, já desabaram 92,16% nestes quatro dias do ano, passando de R$ 0,51 para R$ 0,04, enquanto a opção VALEA20, com "strike" em R$ 10,62 praticamente virou pó, caindo 96,55%, para R$ 0,01 - com a ação operando cada vez mais distante dos R$ 10, a possibilidade de exercer o direito de compra fica praticamente nula.

Enquanto isso, as "puts" (opções de venda) dispararam neste início de ano. O contrato VALEM10, com preço de exercício em R$ 10,12, passaram de R$ 0,33 para R$ 1,31, ganhos de 296,97%. Já as opções VALEM20, com "strike" em R$ 10,62, subiram 210,17% nestes quatro dias, atingindo os R$ 1,83, seguidas dos contratos VALEM5, com preço de exercício em R$ 10,87, que subiu 158,44%, a R$ 1,99.

Petrobras no mesmo caminho
Apesar de perdas menores nestes dias, as ações da Petrobras também seguem rumo parecido. Os papéis acumulam perdas de 6,18%, a R$ 8,04, no caso das ordinárias, e 4,18%, a R$ 6,42, para as preferenciais. Nas opções,  os contratos PETRA60, que garantem o direito de comprar PETR4 a R$ 6,00 em janeiro, registram perdas de 39,24%, cotados a R$ 0,48.  Já a call  PETRA62, cujo "strike" é de R$ 6,20 para este mês, tem perdas de 42,86%, para R$ 0,36.

Enquanto isso, as puts da estatal PETRM64, com preço de exercício em R$ 6,40, já subiram 73,33%, para R$ 0,26, seguidas das opções PETRM65, com "strike" em R$ 6,50, que avançam 68,42%, a R$ 0,19. Por fim, os contratos PETRM70, com preço de exercício em R$ 7,00, subiram 51,11% nestes primeiros pregões de 2016, para R$ 0,68.

O que são opções?
A opção é um derivativo negociado na Bolsa de Valores. E como qualquer derivativo, seu preço "deriva" da oscilação do ativo ao qual ela se lastreia - no caso de uma opção de ação, o contrato varia de acordo com as oscilações desta ação na Bovespa.

Quem compra uma opção está adquirindo o "direito" de comprar ou vender alguma ação; já quem vende a opção tem a obrigação de atender a exigência daquele que comprou o contrato. Ou seja: se você vendeu uma opção de compra e essa opção for exercida, você terá que vender essa ação ao detentor da opção pelo preço estabelecido; se você vendeu uma opção de venda e ela for exercida, você terá que comprar esta ação ao preço estabelecido.

Existem dois tipos de opções: de compra (call) e de venda (put). Quando um investidor compra uma "call", ele está adquirindo o direito de comprar uma determinada ação a um preço já estabelecido (que é preço de exercício, ou "strike") até um dia de vencimento já firmado. Para o investidor que compra uma "put", ele está adquirindo o direito de vender uma ação até um dia determinado a um valor já estabelecido.