Além do Copom: veja os eventos que o mercado deve olhar com atenção nos próximos dias
SÃO PAULO - Nesta quarta-feira (20) termina a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), quando saberemos qual será a nova taxa de juros do País. Porém, enquanto o noticiário é dominado por este evento, alguns outros acontecimentos dos próximos dias também merecem atenção do investidor, já que seus impactos podem afetar os negócios por aqui, principalmente no caso do dólar, por exemplo.
O destaque fica para a reunião do Banco Central Europeu, que ocorre nesta quinta-feira (21), onde o presidente da autoridade, Mario Draghi, poderá voltar a falar em reforçar o programa de estímulos a economia, Quantitative Easing, devido a forte queda do preço do petróleo.
Em dezembro, o QE foi prolongado por mais seis meses, até março de 2017, pois os funcionários do BCE tinham dificuldades para impulsionar uma taxa de inflação que têm se mantido quase zerada. O programa desafiou as advertências de que isso reduziria a liquidez, o que significa que pedidos menores deslocariam de fato os preços.
Segundo José Faria Júnior, diretor da Wagner Investimentos, estão ainda no radar para a próxima semana a reunião do Banco do Japão, que deverá reduzir a projeção para a inflação de 2016 e anunciar novas medidas de expansão monetária. Segundo a Reuters, o BoJ afirmou que existe grande probabilidade da revisão para baixo da projeção do CPI para o ano fiscal que começa em abril. As estimativas atuais de 1,4% devem cair para 1,0% ou menos devido a queda do preço do petróleo, afirma o diretor.
Enquanto isso, nos EUA, o mercado de bonds aponta para a menor inflação desde 2009, o que, segundo Júnior, poderá obrigar o Fed a paralisar ou até mesmo reverter o recém iniciado ciclo de alta dos juros em meio a forte queda dos preços do petróleo e a redução do crescimento chinês.
No Brasil, estes são eventos, que aliados a queda do petróleo e tensão com o Copom, fazem o dólar comercial disparar e encostar no nível de R$ 4,10. Para se ter uma ideia da sensibilidade do mercado doméstico, moedas de países ligados à commodities registram fortes quedas no ano. Caso da Austrália, que acumula queda de 6% no ano, além do do Canadá, que só registrou perdas neste ano e voltou para o menor nível desde 2003 com aposta de corte de juros no país. Já a moeda da Rússia é cotada na menor cotação histórica contra o dólar.
"Independente da decisão do BC hoje (manter, subir 25 bps ou 50 bps), o mesmo perdeu a credibilidade devido os graves erros de comunicação. Apesar de economistas de renome não apoiarem a alta da taxa Selic, a não elevação em 50 bps deixará Tombini muito mais fragilizado porque deixaria transparecer que o Governo influiu na decisão", completa Júnior em relatório.
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