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Brics vira Ticks: Brasil e Rússia saem, e Taiwan e Coreia do Sul entram, diz jornal

Mandy Cheng/AFP
Imagem: Mandy Cheng/AFP

28/01/2016 16h42Atualizada em 29/01/2016 15h43

SÃO PAULO - "Os Brics estão mortos. Vivam os Ticks", diz o jornal britânico "Financial Times" em matéria desta quinta-feira (28).

Criada em 2001 pelo então economista sênior do Goldman Sachs Jim O'Neill para definir a crença de que Brasil, Índia, Rússia e China seriam os motores do crescimento mundial, a sigla Brics sofreu um duro golpe.

Principalmente por conta do Brasil e da Rússia, afirma o jornal. O Goldman, por sinal, encerrou o seu fundo Brics depois de fortes perdas. 

E, em seu lugar, os gestores de fundos dos mercados emergentes parecem ter visto um substituto em potencial - os Ticks (Taiwan, Índia, China e Coreia do Sul). Na nova sigla, Taiwan e Coreia do Sul, países focados em tecnologia, substituem Brasil e Rússia, exportadores de commodities.

"Além de um acrônimo cativante [é gíria para a variação mínima de preço de uma ação], o realinhamento nos diz muito sobre a natureza mutável dos mercados emergentes - e do mundo em geral - com serviços, em especial, a tecnologia, em alta, enquanto as commodities estão em baixa", afirma o "Financial Times". 

Importância da tecnologia

A publicação ouviu diversos especialistas e destacou a "nova ordem das coisas", com uma maior relevância do desenvolvimento tecnológico, e o aumento das aplicações dos fundos que seguem os emergentes nestes mercados.

O Copley, por exemplo, aplica 54% nos Ticks, acima dos 40% de abril de 2013, enquanto o coeficiente em aplicação nos Brics está abaixo de 40%, apesar de um forte aumento de aplicações na China.

Bancos como JPMorgan, Nordea e Swedbank têm uma exposição de pelo menos 35% apenas para Taiwan e Coreia e em pelo menos alguns de seus fundos, enquanto os veículos geridos por Carmignac, Fidelity e Baillie Gifford têm uma exposição de 3% ou menos para o Brasil e para a Rússia.

Vale ressaltar que esta não é a primeira vez que é criada uma sigla para substituir os Brics. Em meio ao menor encantamento com relação aos países-membro, diversos bancos e instituições criaram novos termos: Mints, Mists, Civets e Komets foram alguns deles. 

CORREÇÃO: Na versão original deste texto, estava errada a definição de tick no contexto da reportagem. A expressão é um trocadilho com gíria do mercado financeiro, que mostra a menor variação possível no preço de uma ação. O texto foi corrigido.

Inauguração de banco de desenvolvimento dos Brics