Poupança já perdeu mais de R$ 21 bilhões em 2016
SÃO PAULO - Com a alta das taxas de juros, os investidores continuam a se afastar da caderneta de poupança. No acumulado do ano (até o dia 26 de fevereiro), o saldo da caderneta diminuiu em R$ 21,177 bilhões, após R$ 309,047 bilhões em saques contra depósitos de R$ 287,869 bilhões.
Apenas no mês de janeiro, a poupança perdeu R$ 12,031 bilhões, recorde histórico de saídas mensais. Em fevereiro, a captação líquida (diferença entre depósitos e saques) ficou negativa em R$ 9,146 até o dia 26. No ano passado, a aplicação registrou captação negativa de R$ 53,6 bilhões.
Para especialistas, a fuga da poupança acontece por dois pontos: o primeiro é o fato de a aplicação oferecer um rendimento muito baixo se comparada a outros investimentos de renda fixa com risco semelhante. Aplicações pós-fixadas que têm remuneração baseada no CDI (certificado de depósito interbancário), como o CDB (certificado de depósito bancário) LCI (letras de crédito imobiliário) e LCA (letras de crédito do agronegócio) têm a mesma garantia que a caderneta e rendem muito mais - principalmente neste momento de juro alto. Tanto a poupança quanto estas outras aplicações são garantidas pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos) para aplicações de até R$ 250 mil em caso de insolvência da instituição financeira.
Para se ter ideia, o rendimento da poupança perde até para a inflação. Na prática, isso significa que quem tem dinheiro na caderneta perde poder de compra ao longo do tempo. “A poupança rende atualmente em torno de 8% ao ano, enquanto a inflação está em mais de 10% ao ano. Ou seja, seu rendimento não está nem conseguindo seguir o aumento dos preços”, alerta o assessor de investimentos Marcos Almeida, da Private Investimentos.
Outro ponto que também influencia na fuga da poupança é a crise econômica, que provoca aumento do desemprego e da inadimplência. Com isso, as pessoas recorrem aos recursos da poupança para o pagamento de dívidas e de outras despesas cotidianas.
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