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Curitibano lucra levando crianças para jogar Pokémon Go e prevê muita concorrência

05/08/2016 09h39

SÃO PAULO – O Pokémon Go já virou profissão no Brasil . Desempregado desde maio, o designer curitibano Rogério Oliveira viu no jogo baseado em realidade aumentada uma oportunidade de lucrar e se divertir ao mesmo tempo: organizar tours pela cidade com crianças interessadas em capturar os monstrinhos.

“Já estou no meu segundo turno. Hoje é o meu primeiro dia de serviço e o telefone não parou de tocar. Já levei 6 hoje e tenho 5 agendadas para sábado e mais uma para amanhã”, conta Rogério. Ele cobra R$ 50 por participante e fecha grupos entre 3 e 5 pessoas em 3 saídas diárias - às 9h, às 13h e às 16h. “Hoje já percorri uns 15 km, o segredo do jogo é andar”, explica.

A estratégia é ir a parques e atrair os Pokémons para a área. “Vou antes nos locais para encontrar os Pokéstops e na hora que chego com as crianças jogo incensos [itens do jogo que atraem os bichinhos] pelo meu app”, comenta, entusiasmado. “Mas enquanto estou com eles eu não jogo, fico de olho porque é muito perigoso, todo mundo com o celular na mão: o meu foco é manter a segurança deles”, analisa. 

Rogério também fornece o transporte e o bem-estar: leva e busca as crianças em casa de carro e sai equipado com águas. “Geralmente o público tem entre 5 e 10 anos, mas já recebi ligação de mãe pedindo para levar o filho de 15 anos para mais”, diz. Para ele, além do entretenimento, é uma maneira interessante de levar os jovens para conhecer a cidade: "muitas mães acharam ótimo que eles finalmente saíram da frente do computador", comemora.

O teste do serviço se deu com os amigos do próprio filho, que tem 9 anos. “Ele está comigo agora, no tour que estou fazendo. De bate-pronto 4 mães de amiguinhos dele já disseram que eu poderia levar”, ri.

Concorrência

Pesquisando no Facebook, já se encontra serviços muito semelhantes ao oferecido por Rogério, inclusive em Curitiba.

“Já ouvi falar nos clones”, responde Rogério, ao ser questionado a respeito. “Acho que é inevitável, até segunda-feira vai ter um bilhão deles, em todos os estados”, prevê. “O foco é trabalhar com as crianças, e não com o jogo. É um mercado que está aí e vai ter mais gente mesmo”, finaliza o mestre Pokémon, que até o momento da entrevista já tinha 71 deles.