Possibilidade de alta de juros se fortaleceu nos últimos meses, diz Yellen
SÃO PAULO - A economia americana tem dado sinais de recuperação, com as metas para emprego e inflação nos últimos anos. Essa é a avaliação que faz a chairwoman do Federal Reserve, Janet Yellen, que discursa nessa manhã em Jackson Hole. Para a comandante da autoridade monetária americana, as chances de elevação nos juros ainda em 2016 têm crescido nos últimos meses -- aposta majoritária também entre os agentes econômicos. O mercado vê um terço de chance de alta dos juros em setembro nos EUA -- probabilidade duas vezes maior que duas semanas atrás. A chance de alta em dezembro é de 57%.
"A atividade econômica americana continua a expandir, conduzida por um crescimento sólido das despesas das famílias. Mas o investimento das empresas continua baixo, por conta da demanda externa moderada e da apreciação do dólar desde meados de 2014, que continua a restringir exportações. Embora o crescimento econômico não seja rápido, é suficiente para gerar aprimoramento no mercado de trabalho para o futuro", afirmou Yellen.
"Olhando para frente, o Fomc (Federal Open Market Committee) espera crescimento moderado no PIB, reforçando o setor laboral e com a inflação subindo para 2% ao longo dos próximos anos. Baseado nesse cenário econômico, o Fomc continua a antecipar que os aumentos graduais nas taxas de juros serão adequados para atingir, de forma sustentável, os níveis de emprego e inflação próximos aos objetivos de Estado", observou a chair do Federal Reserve. " Desta forma, tendo em vista o contínuo bom desempenho do mercado de trabalho e nossa perspectiva para a atividade econômica e inflação, eu acredito que a possibilidade de um aumento nos juros foi reforçada nos últimos meses".
Antes de Yellen, outros dois dirigentes do Fed se pronunciaram. Para Dennis Lockhard (Atlanta), as perspectivas para a política monetária ainda são nebulosas e os dados econômicos têm sido mistos, o que não impede um ciclo de austeridade ainda em 2016. "Se a economia seguir seu curso, eu poderia ver uma alta [nos juros] neste ano; eu poderia também ver duas altas, nada está descartado", afirmou. Já Robert Kaplan (Dallas) diz que os juros subirão mais lentamente que o projetado anteriormente.
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