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CHARGE: As manchetes de Trump sobre guerra comercial levam os mercados à loucura

05/12/2019 12h01

Por Jesse Cohen

Depois de semanas de relativa calma e recordes, a volatilidade retornou a Wall Street nesta semana, com o presidente Donald Trump lançando mais incertezas sobre a disputa comercial em andamento entre os EUA e a China. A artilharia não poupou aliados. Trump acusou Brasil do presidente Jair Bolsonaro e Argentina de Maurício Macri de "manipulação cambial" de suas moedas e, em contrapartida, anunciou restauração de taxas sobre importação de aço e alumínio dos dois países.

Nem França e União Europeia escaparam da roleta russa do autodenominado "Homem Tarifa", que ameaçou taxar US$ 2,4 bilhões em produtos franceses como resposta à instituição de um imposto sobre serviços digitais pelo governo francês que atinge em cheio as empresas de tecnologia dos EUA. França e União Europeia retrucaram ameaçando elevação de tarifas caso as ameaças de Trump se concretizasse.

Em relação à disputa sino-americana, Trump falou em Londres na terça-feira, onde participava de uma reunião da OTAN, que não tinha prazo para chegar a um acordo comercial com a China e que estava pronto para esperar até depois da eleição presidencial em novembro de 2020, desafiando a esperança de que os dois lados possam ser capazes de chegar a um acordo antes do final do ano.

Seus comentários trouxeram a volatilidade novamente ao mercado, uma reação característica da disputa entre as duas maiores economias do mundo nos últimos 17 meses.

Os mercados se recuperaram na quarta-feira, quando a Bloomberg informou que os dois lados estão se aproximando de um acordo e depois que Trump descreveu as negociações com a China como "muito boas", soando mais positivo do que no dia anterior.

Wall Street parecia pronta para desfrutar de outro forte desempenho nesta quinta-feira, mas a mensagem conflitante sobre o comércio manteve um limite para os avanços.

Durante grande parte dos últimos meses, as ações subiram, atingindo repetidamente recordes de todos os tempos, impulsionados por sinais de progresso na frente comercial EUA-China.

O S&P 500 subiu 2% em outubro e 3,4% em novembro. No entanto, o índice caiu cerca de 1% no começo de dezembro, provocando lembranças dolorosas para os investidores. No ano passado, as ações foram atingidas por uma queda de 9% em dezembro, que culminou em uma queda na véspera de Natal.

O S&P 500 permanece acima de 24% em 2019.

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- A Reuters contribuiu para esta matéria.