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ABERTURA: Ibovespa futuro abre estável em dia de incertezas no exterior; dólar cai

17/12/2019 09h22

A sessão desta terça-feira tem início com leve valorização de 0,01% aos 112.505 pontos para o índice Ibovespa Futuros, com o dólar comercial recuando 0,08% a R$ 4,0598. Apesar do otimismo após o entendimento entre Estados Unidos e China para a primeira fase do acordo comercial entre os dois países, as incertezas no exterior aumentaram após declarações do primeiro-ministro do Reino Unido Boris Johnson de realizar um Brexit sem acordo. No cenário doméstico, polêmicas como a possível volta da CPMF e os dados da ata do Copom também devem movimentar os negócios.

- Cenário Interno

CPMF

Um eventual tributo nos moldes da antiga CPMF pode estar em estudos no Ministério da Economia, mas não há dados no momento para afirmar que uma medida dessas vá adiante ou não, afirmou o porta-voz da Presidência, general Otávio do Rêgo Barros, em briefing à imprensa nesta segunda-feira.

"A bem da verdade, o presidente reconhece que o trabalho desencadeado pelo Ministério da Economia vem colocando o país na trilha da pujança e do desenvolvimento que seria natural a partir do próprio governo", disse.

"Não obstante essas questões que são muito técnicas —e aí eu incluo o antigo CPMF ou coisa que o valha— ainda não está no escantilhão do próprio presidente e eventualmente pode estar sendo analisado pelo Ministério da Economia, mas nós não temos dados nem referência mais objetiva para afiançarmos se isso vai adiante ou não", completou.

Ata do Copom

O Banco Central ponderou nesta terça-feira que os últimos dados de atividade econômica e a maior eficiência do mercado de crédito e capitais podem resultar numa redução mais rápida da ociosidade na economia, pressionando a inflação para cima.

A mensagem veio em ata do Comitê de Política Monetária (Copom), na qual o BC também ponderou, logo em seguida, que a dinâmica dos núcleos de inflação sinaliza que a ociosidade dos fatores de produção ainda é elevada.

Na semana passada, o BC cortou a taxa básica de juros em 0,5 ponto pela quarta vez consecutiva, à nova mínima histórica de 4,50% ao ano, e indicou cautela em relação aos juros daqui para frente em meio a uma retomada econômica com mais ímpeto.

- Cenário Externo

China

Os mercados acionários da China chegaram à terceira sessão de ganhos nesta terça-feira, com o índice de blue-chips registrando o maior fechamento em oito meses, impulsionados pelo acordo comercial provisório com os Estados Unidos que ajudou a aliviar o risco externo.

A "fase um" do acordo comercial entre EUA e China foi "totalmente finalizado" disse um assessor da Casa Branca na segunda-feira, acrescentando que as exportações norte-americanas para a China vão dobrar segundo o pacto.

O sentimento também foi ajudado por uma série de dados recentes indicando resiliência da segunda maior economia do mundo.

Brexit

A imprensa do Reino Unido ouviu de uma fonte em Downing St. que o governo mudará a lei para tornar impossível estender o período de transição após o Brexit, que deve terminar no final de 2020.

Michael Gove, aliado sênior de Johnson, disse que o objetivo era "concentrar mentes", em vez de reintroduzir os cenários de "precipício" que assustaram os mercados durante a maior parte deste ano. No entanto, o principal negociador da UE, Michel Barnier, disse que será impossível negociar um acordo comercial abrangente no período.

Zona do euro

O superávit comercial não ajustado sazonalmente da zona do euro aumentou mais do que o esperado em outubro na comparação com o ano anterior, graças a uma forte queda nas importações de energia, mostraram dados divulgados nesta terça-feira.

A agência de estatísticas da União Europeia, Eurostat, informou que o superávit comercial dos 19 países que usam o euro subiu para 28 bilhões de euros em outubro de 13,2 bilhões um ano antes, após as importações saltarem 4,1% e as importações caírem 3,2%.

Economistas consultados pela Reuters esperavam um superávit de 17 bilhões de euros em outubro.

BOLSAS INTERNACIONAIS

Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,47%, a 24.066 pontos. Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 1,22%, a 27.843 pontos. Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 1,27%, a 3.022 pontos. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 1,36%, a 4.041 pontos.

A terça-feira é marcada por perdas nos mercados de ações da Europa. Em Frankfurt, o DAX registra queda de 0,93% aos 3.283 pontos, enquanto que em Londres, o FTSE cede 0,22% aos 7.502 pontos. Já em Paris, o CAC recua 0,55% aos 5.958 pontos.

COMMODITIES

A jornada desta terça-feira foi marcada por uma forte queda nos preços dos contratos futuros do minério de ferro, que são transacionados na bolsa de mercadorias da cidade chinesa de Dalian. O ativo com o maior volume de negócios, com data de vencimento para maio do próximo ano, encerrou com desvalorização de 2,76% a 634,50 iuanes por tonelada, o que representa uma variação de 18,00 iuanes em relação aos 652,50 iuanes do valor de liquidação da véspera.

Na mesma direção, as cotações dos papéis futuros do vergalhão de aço tiveram uma sessão de retração nos valores, na bolsa de mercadorias da também chinesa cidade de Xangai. O contrato de maior liquidez, com data de entrega para maio de 2020, cedeu 28 iuanes para 3.484 iuanes por tonelada. Já o segundo mais negociado, de janeiro, caiu 30 iuanes para 3.687 iuanes por tonelada.

No caso do petróleo, os preços estão em ligeira valorização nas principais praças. Em Londres, o barril do tipo Brent soma 0,29%, ou US$ 0,19, a US$ 65,53, enquanto que, em Nova York, o WTI avança 0,13%, ou US$ 0,08, a US$ 60,22.

MERCADO CORPORATIVO

- Caixas eletrônicos

O Banco Central abriu nesta segunda-feira uma consulta pública para uma regulação destinada a estimular a concorrência entre bancos na oferta de serviços de saque e depósito nos caixas eletrônicos.

A regulamentação após a consulta pública que termina em 14 de fevereiro poderá dar ao órgão regulador o poder de proibir que redes, como o Banco 24Horas, cobrem taxas distintas entre as instituições financeiras, explicou o diretor de Organização do Sistema Financeiro do órgão, João Manoel Pinho de Mello.

"O objetivo da norma é ampliar a concorrência no serviço de saque e aporte e ampliar o acesso a serviços financeiros", disse Pinho a jornalistas.

A norma, explicou o diretor, também poderá permitir que clientes bancários façam operações como saques e depósitos nos caixas eletrônicos de bancos rivais usando suas próprias contas em outras instituições.

- RenovaBio

O RenovaBio, política de biocombustíveis do Brasil que terá o pontapé inicial no próximo dia 24, trará mecanismos que visam incentivar empresas do setor a cumprir rigorosas regras contra o desmatamento para expansão agrícola.

Essas metas devem mobilizar as indústrias de etanol e biodiesel em prol da redução de danos ambientais em momento em que o país registra avanço do desmatamento, segundo especialistas.

A iniciativa, que visa garantir receita adicional ao produtor de biocombustível pela redução de emissões de gases de efeito estufa proporcionada pelo uso de etanol e biodiesel, requer que áreas usadas para cana, soja e milho não tenham sofrido desmate após novembro de 2018, ainda que a lei ambiental permita.

Essa receita adicional deverá ser obtida pela emissão, pelas usinas, dos chamados créditos de descarbonização (CBio), que serão comprados pelas distribuidoras de combustíveis para compensar as emissões pela venda de combustíveis fósseis.

- Petrobras (SA:PETR4)

A Petrobras (SA:PETR4) realizou nesta segunda-feira o pré-pagamento de um empréstimo de 5 bilhões de dólares junto ao China Development Bank (CDB), cujo vencimento ocorreria em 2027, informou a empresa em comunicado.

De acordo com nota da petroleira, o pré-pagamento põe fim à obrigação de um fornecimento preferencial de 100 mil barris de petróleo por dia a empresas chinesas pela Petrobras (SA:PETR4), que ocorria "em condições de mercado e pelo mesmo prazo do financiamento".

Em agosto, a estatal já havia realizado o pré-pagamento de um contrato de financiamento de 3 bilhões de dólares com o CDB. À época, a Petrobras (SA:PETR4) notificou a instituição chinesa que pagaria antecipadamente outros 5 bilhões de dólares em dezembro, o que foi efetivado nesta segunda-feira.

- Cagece

A Cagece, empresa de saneamento do Ceará, pediu registro para realizar uma oferta inicial de units (IPO, na sigla em inglês), segundo informações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

De acordo com o prospecto preliminar da operação, o negócio envolve ofertas primária —papéis novos, cujos recursos da venda vão para o caixa da companhia — e secundária, títulos detidos pela prefeitura de Fortaleza e pelo governo do Ceará.

A operação será coordenada por Bradesco BBI e XP Investimentos.

- Energia Elétrica

O órgão ambiental federal Ibama recebeu de um grupo de empresas que inclui a estatal Eletrobras (SA:ELET3) uma nova versão de estudos sobre os impactos de uma nova hidrelétrica prevista para implementação na Amazônia, a usina de Tabajara, em Rondônia.

Os estudos são parte do processo de licenciamento ambiental do empreendimento, que agora terá como próximo passo a realização de audiências públicas para discussão do projeto junto às comunidades situadas em sua área de influência, disse o Ibama em nota à Reuters.

A usina, que terá 400 megawatts em potência instalada, deve ser instalada no rio Ji-Paraná, com parte do reservatório ocupando área que chegou a ser definida anteriormente como parte do Parque Nacional dos Campos Amazônicos, segundo o relatório de impacto ambiental (Rima) disponibilizado pelo Ibama.

- Açúcar

A fixação de preços do açúcar por meio de contratos futuros de Nova York pelas usinas brasileiras aumentou em novembro devido a uma moeda mais fraca e aos preços mais altos de Nova York, mas o volume das operações de "hedge" ainda está abaixo do nível observado na mesma época do ano passado, disse a Archer Consulting nesta segunda-feira.

Até o final de novembro as usinas brasileiras haviam feito hedge para 5,48 milhões de toneladas de açúcar usando contratos de Nova York, um volume equivalente a 28% das exportações esperadas na safra 2020/21. Isso se compara a 6,86 milhões de toneladas de hedge na mesma época do ano anterior, ou 32% das exportações, de acordo com relatório da Archer.

O preço médio para hedge obtido pelas usinas foi de 13,01 centavos de dólar por libra-peso, abaixo da média vista em igual período do ano passado, de 13,12 centavos, disse o relatório.

AGENDA DE AUTORIDADES

- Jair Bolsonaro

O dia do presidente Jair Bolsonaro começou com uma reunião com Luiz Eduardo Ramos, Ministro-Chefe da Secretaria; e com os deputados Fábio Faria (PSD/RN); Beto Rosado (PP/RN); João Maia (PL/RN); e Walter Alves (MDB/RN). Em seguida, terá a 25ª Reunião do Conselho de Governo.

Na parte da tarde, o encontro será com os ministros Onyx Lorenzoni, Casa Civil; Tereza Cristina, Agricultura, Pecuária e Abastecimento; e Gustavo Canuto, Desenvolvimento Regional, fechando o dia com reunião com o ministro da Defesa, Fernando Azevedo.

*Com Reuters