FNCP: Contrabando de cigarros financia terroristas e crime organizado
SÃO PAULO, 12 de abril de 2018 /PRNewswire/ -- Foco de investigação da Polícia Federal há mais de uma década, as atividades criminosas de terroristas na Tríplice Fronteira – região em que o Brasil faz divisa com Argentina e Paraguai, em Foz do Iguaçu (PR) e arredores – ganharam nos últimos três anos um poderoso incentivo.
Com a explosão do contrabando de cigarros paraguaios para o Brasil neste período, os terroristas têm aproveitado a alta lucratividade e o baixo risco - o contrabando de cigarros tem pena mais branda, de dois a cinco anos de reclusão, enquanto a do tráfico varia entre cinco e 15 anos - para financiar suas atividades criminosas e lavar dinheiro.
Em 2017, Emanuelle Ottolenghi, membro da Fundação de Defesa da Democracia (FDD) para a Comissão de Relações Exteriores falou ao Senado dos Estados Unidos sobre a presença da organização libanesa Hezbollah na região. Os terroristas estariam atuando em parceria com a maior facção criminosa do Brasil, o Primeiro Comando da Capital (PCC). Além do contrabando de cigarros, a atuação conjunta se dá no tráfico de armas e também de drogas produzidas em países sul-americanos.
Fontes ligadas à Polícia Federal informam que as autoridades brasileiras acreditam que a aliança começou em 2006, mas os primeiros indícios foram descobertos somente dois anos depois. Traficantes ligados ao Hezbollah ajudaram o PCC a obter armamentos e acesso aos canais internacionais de contrabando como moeda de troca para a proteção de prisioneiros de origem libanesa presos no Brasil.
Para o presidente do Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP), Edson Vismona, é preocupante saber que os recursos obtidos com o contrabando de cigarro financiam a operação de organizações criminosas e terroristas, envolvendo produção, logística, venda e corrupção. "O dinheiro do contrabando abastece o mesmo caixa usado para fazer rodar o tráfico de drogas e armas", explica.
O cigarro é hoje o produto mais contrabandeado do Paraguai para o Brasil. A participação de mercado do tabaco paraguaio saltou de 20% em 2011 para 45% em 2016, um prejuízo de R$ 9,7 bilhões aos cofres públicos em 2017. Cigarros paraguaios podem ser encontrados por um valor médio de R$ 3,30, enquanto que os produtos legais possuem um preço mínimo de R$ 5,00 e são vendidos por uma média de R$ 7,40. O imposto que incide sobre o produto é de, em média, 70% no Brasil, podendo chegar a quase 90% em alguns estados, contra 16% no país vizinho.
Contato:
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55 11 9 9393-2161
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FONTE Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP)
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