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Dólar: para analista, governo age na base da "tentativa e erro"

Das Agências

06/04/2011 19h56

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta quarta-feira mais uma medida para tentar segurar a queda do dólar. A partir desta quinta-feira, as empresas que tomarem empréstimos de menos de dois anos no exterior vão pagar 6% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A regra atual determinava que esse imposto era pago por empresas que tomassem empréstimos abaixo de um ano.  
   
Para José Francisco Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator ouvido pela agência de notícias Reuters, o governo está atuando na base da tentativa e erro.

"É muito difícil estimar o impacto disso [aumento do prazo para incidência do IOF], porque o Banco Central divulga entrada de dólares de curto e longo prazo, não de médio. Aquela imposição anterior, de 360 dias, foi um primeiro passo. Pelo visto, o governo não ficou satisfeito e ampliou o prazo, meio que na base da tentativa e erro."

Gonçalvez afirma que "a dobradinha Fazenda-BC não tem sido capaz de evitar a queda da taxa de câmbio. Há uma preocupação legítima com a queda do dólar, e os esforços para combater a inflação e a queda do dólar colocam o governo numa sinuca de bico".

Governo não quer dólar abaixo de R$ 1,60

Enrique Alvarez, chefe de pesquisa da Ideaglobal, em Nova York, também ouvido pela Reuters, diz que o governo não quer o dólar abaixo de R$ 1,60, mas "não tem soluções fáceis" à disposição.

"Qual a mensagem que o governo está tentando enviar? Que não vai deixar a moeda ultrapassar R$ 1,60 e que está pronto para anunciar mais medidas. Mas, ao  ao mesmo tempo, os mercados agora sabem que o arsenal é limitado a medidas fiscais. Assim, a minha leitura é: o governo não tem soluções fáceis para a situação, e eles sabem disso."

(Com informações da Reuters)