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Com R$ 17,5 mil é possível abrir empresa que oferece serviço de marido de aluguel

Izabela Ferreira Alves

Do UOL, em São Paulo

27/02/2012 10h00

Ascensão rápida

  • Divulgação

    David Pinto, presidente da rede Doutor Resolve, que inaugurou mais de uma loja por dia em 2011

Modelo de negócio de baixo custo, o segmento de marido de aluguel nas franquias está aquecido. Para abrir uma unidade de serviços de manutenção, o investimento varia de R$ 17,5 mil a R$ 80 mil. Uma prova do quanto essas empresas estão se espalhando no mercado é o resultado alcançado pela Doutor Resolve. Em 2011, ano de estreia, foram inauguradas, por dia, mais de uma loja da rede. Atualmente, são 430 unidades espalhadas por todo o Brasil, mais de 4 mil funcionários diretos.

“Fizemos uma pesquisa com base em dados do IBGE e concluímos que só atendemos 2% da demanda por serviços de manutenção”, afirma o franqueador David Pinto.

Compare as taxas e o capital necessário para abrir sua franquia

 Capital de instalaçãoTaxa de franquiaCapital de giroInvestimento*
Doutor Faz TudoR$ 1,5 mil a R$ 3 milR$ 15 mil a R$ 25 milR$ 1 mil a R$ 2 milR$ 17,5 mil a R$ 30 mil
Doutor ResolveR$ 5 mil a R$ 10 milR$ 25 mil a R$ 55 milR$ 8 mil a R$ 15 milR$ 38 mil a R$ 80 mil
Pra Que Marido (plena)R$ 6 mil a R$ 12 milR$ 34,9 milR$ 10 mil a R$ 20 milR$ 50,9 mil a R$ 66,9 mil
Pra Que Marido ExpressR$ 1,5 mil a R$ 3 milR$ 12,9 milR$ 5 mil a R$ 7 milR$ 34,5 mil a R$ 50 mil
Super MaridoR$ 10 mil a R$ 15 milR$ 10 mil a R$ 20 milA partir de R$ 5 milR$ 25 mil a R$ 40 mil
  • *Taxa de franquia + capital para instalação + capital de giro. Fonte: site ABF e redes franqueadoras

O atendimento é um dos pontos primordiais. Todos os funcionários, ao chegarem à casa do cliente, colocam luvas nos calçados, sempre levam a máquina do cartão de crédito e oferecem vistorias gratuitas. “Pequenos cuidados encantam, mas é preciso gostar de servir. No primeiro ano, a prestação de serviço é difícil, porque você precisa fidelizar a clientela. Contudo, esse setor é menos suscetível aos solavancos da economia.”

Outro case de sucesso é o da Pra Que Marido (PQM), de Alexandre Ortega. A rede cresceu e já oferece aos interessados dois modelos de negócio. A franquia plena enquadra-se na categoria de microempresa. Há a transferência de know how para execução de serviços mais complexos, como reforma em imóveis de grande porte. Já a microfranquia PQM Express, brinca Ortega, é o "marido básico", para manutenções mais simples e rápidas.

Com relação à mão de obra, ele ressalta a importância de, conforme a demanda, definir o quadro de pessoal. Nos contratos da PQM, são previstos o raio de abrangência de cada loja e quantos domicílios situam-se naquele perímetro. “No nosso sistema, prevemos tanto a contratação quanto terceiros homologados. Todos esses profissionais são treinados para levar ao cliente nosso padrão de qualidade. Contudo, na minha loja matriz, se eu contratasse todos os parceiros inviabilizaria o negócio”, diz.

Ele acredita que o negócio vai se manter em alta por, pelo menos, mais 15 anos, tanto por causa da construção civil e do novo perfil de renda da classe C, como também por causa dos grandes eventos esportivos previstos para 2014 e 2016. “É uma conjunção de fatores que casam problemas históricos dos serviços prestados pelos autônomos desse ramo, com a nossa oferta, alicerçada na qualidade e na garantia”, afirma.

Retorno do investimento varia de acordo com a localização

O engenheiro civil Breno Machado abriu sua loja da PQM em Divinópolis, cidade polo da região centro-oeste de Minas Gerais, há quase um ano. Nesse período, ainda não houve lucro. Ao contrário, em alguns meses, ele precisou aportar capital para cobrir custos. “Além da dificuldade para encontrar mão de obra, nossos orçamentos são um pouco mais elevados que o dos autônomos, pois temos toda uma estrutura por trás. Aos poucos, as pessoas começam a notar que somos uma alternativa àquele conhecido 'barato que sai caro'”, conta.

Para a arquiteta Manuela Parkinson, dona de uma loja da Doutor Faz Tudo no Leblon, bairro nobre da zona sul carioca, demanda é o que não falta. “Não fosse a dificuldade que tenho para achar profissionais qualificados, já teria crescido mais. O telefone não para, a ponto de eu não conseguir atender todos os chamados”, comemora. Ela ainda trabalha no sistema home office, possível nessa rede e já pretende investir mais no negócio esse ano.

Entre as quatro redes brasileiras desse nicho, a Super Marido é a única que oferece treinamento para o franqueado capacitar, tecnicamente, sua equipe e reciclagens constantes nessa área. As demais também têm capacitações, mas voltadas para atendimento e relacionamento com o cliente.

Seguindo a tendência, a rede se prepara para lançar, até o fim do primeiro semestre, a Super Esposa, com a versão feminina do portfólio de serviços – de limpeza pesada da cozinha, treinamento de babás e empregadas domésticas a organização da casa, de mudanças e de eventos, como pequenos jantares.