Empreendedorismo: Acerte no cálculo da formação de preços
Para acertar na estratégia de formação do preço, é importante medir e registrar os custos, mensalmente, de forma rigorosa. "Sobre esse custo, o empresário vai lançar a margem de lucro, fixando o preço. Como há muitos fatores que fogem ao seu domínio, como conjuntura econômica e a concorrência, ele tem de ter, na palma da mão, o acompanhamento criterioso do que pode controlar", diz o consultor do Sebrae Luis Lobrigatti.
Uma tabela permite ao empreendedor visualizar, de forma abrangente, quais itens concentram fatia maior de seus gastos e como estes se comportam.
Apesar de cada setor ter uma composição própria de custos, é possível separá-los em duas grandes categorias: variáveis e fixos. Na primeira, agrupam-se os gastos que mudam conforme o volume produzido, como a matéria-prima e impostos sobre as vendas. No segundo grupo, são reunidas as contas que se mantêm constantes, independentemente da quantidade fabricada ou comercializada.
Indústria
Dentro dos custos variáveis, o pequeno industrial deve lançar os de produção, como matérias-primas, embalagens e etiquetas —tudo aquilo que chega ao cliente.
Nesse mesmo conjunto, deve discriminar quanto gasta com os insumos —materiais consumidos na fabricação e que não acompanham o produto, como moldes e lixas.
"No setor industrial, não podemos esquecer os fretes e impostos relativos à compra de matérias-primas e materiais. É importante também lançar, se houver, o ICMS (Imposto Sobre Circulação e Mercadorias e Serviços), que varia de um estado para o outro", alerta Lobrigatti.
Custo total da produção (indústria)
- Variável: Matérias-primas, etiquetas, embalagens, insumos;
- Fixo: Salários, pró-labore, encargos, água, luz, telefone, internet.
Comércio
O comerciante, para compor seu custo variável, precisa listar todos os gastos com a compra de mercadorias, que serão revendidas.
Custo total da mercadoria (comércio)
- Variável: Valor gasto com a compra dos itens a serem revendidos
- Fixo: Salários, pró-labore, encargos, água, luz, telefone, internet
Serviços
Já o prestador de serviços vai computar o custo das matérias-primas e insumos empregados na realização do mesmo.
"Uma massagista vai contabilizar os cremes como matéria-prima, pois eles seguem com o cliente e as luvas e o papel que coloca sobre a mesa de massagem, como insumos ou materiais", exemplifica.
Custo total de execução (serviço)
- Variável: Matérias-primas e insumos ou materiais
- Fixo: Salários, pró-labore, encargos, água, luz, telefone, internet
"No setor terciário, o custo com mão de obra é variável se ela for terceirizada e é fixo se o serviço for executado por funcionários. Já quando é o próprio dono quem executa o serviço, o pró-labore —salário que o proprietário estipula para si próprio, por gerir a empresa— vai englobar tanto a remuneração por ele estar executando serviço, quanto a gestão do negócio", diferencia o consultor do Sebrae.
Custos fixos para todos
Além do pró-labore, ainda nos custos fixos, inclui-se, para os três setores, os gastos com aluguel, encargos, água, luz e telefone.
Na indústria, a soma dos custos variáveis e fixos é igual ao gasto total de produção. No comércio, a soma das despesas fixas mais o valor gasto com as compras dos produtos forma o custo total da mercadoria. Já na prestação de serviços, o valor total de execução é equivalente aos custos fixos somadas ao de realização.
Ainda segundo Lobrighatti, o empreendedor deve lançar, todos os meses, nos gastos fixos, uma provisão para despesas esporádicas. Assim ele provisiona uma reserva para manutenção e reparos, publicidade, 13º salário, seguros. Quando o empresário precisar dispor daquele recurso, não irá desequilibrar suas contas, pois estava capitalizado.
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