Cabeleireiro de Dilma e Toyota lançam salão 'popular' com corte de cabelo a R$ 80
Nem só de carros vive a Toyota. O braço de investimentos do grupo japonês, a Toyota Tsusho, entrou no mercado de beleza brasileiro em parceria com o cabeleireiro e maquiador Celso Kamura, conhecido por cuidar das madeixas da presidente Dilma Rousseff.
A parceria foi selada nesta segunda-feira (26) com a inauguração de um salão de beleza no shopping Ibirapuera, um dos centros de compra de maior movimento da capital paulista. Para o segundo semestre de 2013, a parceria prevê o lançamento de uma linha de produtos de maquiagem.
"Será um salão para o dia a dia da classe B e uma fonte de desejo para a classe C, um lugar para fazer o cabelo no dia do aniversário", diz Celso Kamura.
"O serviço do Celso Kamura é restrito a um público privilegiado. Queríamos expandir o acesso para um mercado maior", diz o diretor executivo da Toyota Tsusho, Kentaro Inoue. A ideia é atender cem pessoas por dia, diz Inoue.
Nos salões "oficiais" do cabeleireiro, o C. Kamura, um corte sai por R$ 200 --ou R$ 350 com o próprio Kamura cortando. No novo salão, o corte sairá por R$ 80 (R$ 60 para homens), enquanto uma escova custa de R$ 45 a R$ 59. Uma tintura vai de R$ 120 a R$ 150. O serviço de manicure custa R$ 25 e o de pedicure, R$ 33.
O investimento inicial foi de R$ 5 milhões. Kamura fala em uma "rede de salões", e cita a possibilidade de chegar a 15 pontos em cinco anos, sem detalhar investimentos. "Não entendo nada de números". Já Inoue prefere não dar detalhes sobre a expansão e diz apenas que novos salões estão em estudo, a depender dos resultados nessa primeira fase.
Na primeira imagem, de 2002, Dilma acaba de ser nomeada para seu primeiro cargo no governo de Lula, na pasta de Minas e Energia. Na segunda imagem, de 2010, Dilma já está eleita presidente do Brasil
Modelo "express"
Chamado de "Celso Kamura Express", o salão de beleza tem um modelo de negócios diferente dos tradicionais salões do país. Mas os serviços oferecidos serão basicamente os mesmos de um salão convencional, com corte, escova, tintura e manicure, mas excluindo depilação e preparação para festas.
Para começar, esqueça a ideia de passar o dia no salão. A proposta é oferecer um serviço em menos tempo, desde a hora em que o cliente pisa no local.
Como isso será feito? Trata-se de uma "operação mais eficiente", que dispensa agendamento e escolha de profissionais, conta o executivo japonês. A cliente chega ao salão sem agendar horário, e é atendida pelo profissional que estiver disponível, ou até mesmo por mais de uma pessoa ao mesmo tempo.
Os responsáveis pelo salão não estimaram o tempo médio que uma cliente deve gastar nos principais serviços.
Os 25 profissionais que atuam no salão foram contratados em regime de CLT, com direito a benefícios e a plano de carreira. "A ideia é trazer o modelo do mercado corporativo para cá e tentar criar um vínculo, ter maior comprometimento", diz Inoue.
O salão também pretende usar tablets para ajudar os clientes a visualizar informações e fotos na internet (o corte das atrizes de novela, por exemplo) e facilitar a "comunicação" com o profissional. Também servirá para salvar um histórico de cada cliente, numa espécie de montagem de fotos com "antes e depois".
Toyota além do mercado automobilístico
Com o novo negócio, o grupo japonês "mata dois coelhos com uma cajadada só".
Primeiro, aumenta sua participação fora do setor automobilístico --atualmente a área responde por cerca de 70% dos negócios, e a ideia é reduzir para 50%. Em segundo lugar, expande a presença do grupo no Brasil. A Toyota tem dado atenção especial aos mercados brasileiro e indiano, segundo o executivo.
Aqui no Brasil, a Toyota Tsusho já tem parceiras com gigantes como Vale e Petrobras em projetos bastante distintos. Por exemplo, trabalha com exportação de bioetanol da Petrobras para o Japão, fornece trilhos para ferrovias para a Vale, tem parceria em bioplástico com a Braskem, além de uma fábrica de óleo de semente de algodão.
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