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BC mantém juros em 7,25%; saiba o que fazer com seu dinheiro

Epaminondas Neto

Do UOL, em São Paulo

06/03/2013 20h52

A opção do Banco Central em manter os juros básicos da economia (Selic) em 7,25% ao ano deve ter um efeito limitado sobre as aplicações financeiras.

Boa parte dos investidores e economistas do setor financeiro já contava com essa decisão. Mais importante foi a indicação do governo de que um aumento dos juros se tornou cada vez mais possível nos próximos meses.

O aumento da taxa básica de juros, a principal ferramenta do governo para combater a inflação, favorece principalmente investimentos pós-fixados, como fundos DI e CDB-DI.

Pelas novas regras, o rendimento da poupança também melhora, bem como o ganho proporcionado pelo título do Tesouro Direto denominado LFT.

Embora ainda seja incerto como o governo pretende usar essa ferramenta, no mercado financeiro fica cada vez mais forte a convicção de que a taxa básica não deve permanecer no patamar atual no curto prazo.

O IPCA (o índice de preços calculado pelo IBGE) previsto para este ano é de 5,70%, acima do centro da meta de inflação (4,5% ao ano) do governo. O índice de preços também deve permanecer acima de 5% em 2014.

Se o aumento não ocorrer neste semestre, o mercado vai concentrar as apostas para a segunda metade do ano, e não para 2014.

Qual pode ser a estratégia do investidor nesse cenário?

"Se você vai apostar contra o governo [isto é, que o BC não vai subir os juros para conter o IPCA], é melhor buscar produtos que protejam contra a inflação; se vai apostar com o governo [isto é, que os juros vão subir], é melhor ir para os produtos pós-fixados", afirma Jason Vieira, economista do portal de informações financeiras MoneYou.

"Correr atrás do CDI é a melhor opção neste momento", diz o professor da escola paulista de negócios BBS, Ricardo Torres.

O CDI é o juro de mercado que segue de perto a variação da taxa básica. Os produtos acima citados usam esse juro como referência.

A reação na Bolsa de Valores

Analistas concordam que a reação dos investidores na Bolsa de Valores deve ser neutra, porque muitos já haviam antecipado a decisão do Banco Central.

"A Bolsa não valorizou quando os juros básicos despencaram. Acho difícil que o contrário aconteça agora", diz Antônio de Júlio, especialista da consultoria de finaças pessoais MoneyFit.

O que pode pesar realmente no mercado de ações é a percepção de que o governo vai iniciar um período de aumento dos juros para combater a alta dos preços.

Quanto maior for essa convicção, menos os investidores vão ter estímulo para buscar ganhos por meio da aplicação em ações.