Ex-clientes abrem rede de doceria; saiba quando vale ter franquia
Foram os clientes da empreendedora Cleusa Maria da Silva, 45, que a motivaram a abrir uma rede de franquias em 2007. Com um investimento de cerca de R$ 200 mil ao longo de um ano, a empreendedora transformou sua loja de bolos na cidade de Salto (a 101 km de São Paulo) na rede Sodiê Bolos.
Foi quando a empresária viu a oportunidade de expansão no formato de franquias. "Eles pediam uma franquia em São Paulo (SP) e eu nem sabia o que era esse modelo de negócio. Fui até a ABF (Associação Brasileira de Franchising), fiz cursos, informei-me e, cinco anos depois, transformei a loja em franquia", diz..
A rapidez na expansão da rede e o lucro com royalties e taxa de franquia são atrativos do franchising. No entanto, franquear um negócio exige planejamento e cuidado. Segundo especialistas, não é para qualquer empresa.
Para franquear a marca, no entanto, a empreendedora teve de promover mudanças em seu modelo de negócio. Os R$ 200 mil de investimento foram gastos na contratação de consultoria, arquitetos e na padronização do serviço. O valor que recebia das vendas das primeiras unidades era todo reinvestido na expansão da rede.
Cleusa Maria da Silva, criadora da rede Sodiê Doces
As mudanças podem ser notadas pelo tamanho da área física dos novos franqueados, que chegam a ter 300 metros quadrados e comportam mais de 20 pessoas ao mesmo tempo.
Para se ter uma ideia, a primeira loja, em Salto, tinha cerca de 20 metros quadrados e os clientes tinham de levar o bolo para comer em casa. Hoje, a rede possui 116 lojas em todo o país.
Além disso, os seis anos no comando da loja própria possibilitaram à empresária total domínio sobre a operação do negócio.
“Vinha até gente de outras cidades para comprar bolo. O produto estava testado e aprovado. Operar a loja própria foi importante para amadurecer o negócio, conquistar bons fornecedores e consolidar a marca”, afirma.
Empresário precisa ficar de olho nos franqueados
Já o empresário David Pinto, 27, tinha o objetivo de franquear sua marca no momento em que criou a Doutor Resolve, empresa de serviços na área de manutenção predial, em São José do Rio Preto (a 438 km de São Paulo).
Em 2010, ele inaugurou a primeira loja que serviu como um teste e uma "vitrine" para os interessados na franquia. "Já havia trabalhado em outras redes e sabia que o nosso conceito seria facilmente replicado", declara.
David Pinto, presidente do grupo Resolve Franchising
Há quase três anos no mercado, a empresa cresceu e deu origem ao grupo Resolve Franchising, dono das marcas Doutor Resolve, Instituto da Construção (cursos na área de contrução civil) e Doutor Eletro (manutenção de eletrodomésticos). Somando as três marcas, são mais de 650 franqueados.
O empreendedor diz que todas as marcas possuem uma loja própria, operada por ele. Testar o negócio e corrigir erros antes de franquear foi fundamental para a expansão de suas franquias.
"É um erro começar do zero e sair vendendo franquia sem testar. O franqueador tem de ter certeza de que seu negócio foi testado o suficiente e pode ser replicado", afirma.
Para o presidente do grupo Resolve, mesmo com outro empreendedor no comando de uma unidade franqueada, é importante verificar se os padrões e manuais da rede estão sendo seguidos e oferecer canais de comunicação para eventuais dúvidas sobre procedimentos.
“Não adianta só licenciar a marca e deixar nas mãos do franqueado, precisa ter controle de qualidade. Afinal, é a sua marca que está em jogo”, declara.
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