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Ex-clientes abrem rede de doceria; saiba quando vale ter franquia

Afonso Ferreira

Do UOL, em São Paulo

15/03/2013 06h00

Foram os clientes da empreendedora Cleusa Maria da Silva, 45, que a motivaram a abrir uma rede de franquias em 2007. Com um investimento de cerca de R$ 200 mil ao longo de um ano, a empreendedora transformou sua loja de bolos na cidade de Salto (a 101 km de São Paulo) na rede Sodiê Bolos.

Foi quando a empresária viu a oportunidade de expansão no formato de franquias. "Eles pediam uma franquia em São Paulo (SP) e eu nem sabia o que era esse modelo de negócio. Fui até a ABF (Associação Brasileira de Franchising), fiz cursos, informei-me e, cinco anos depois, transformei a loja em franquia", diz..

A rapidez na expansão da rede e o lucro com royalties e taxa de franquia são atrativos do franchising. No entanto, franquear um negócio exige planejamento e cuidado. Segundo especialistas, não é para qualquer empresa.

Para franquear a marca, no entanto, a empreendedora teve de promover mudanças em seu modelo de negócio. Os R$ 200 mil de investimento foram gastos na contratação de consultoria, arquitetos e na padronização do serviço. O valor que recebia das vendas das primeiras unidades era todo reinvestido na expansão da rede.

  • Divulgação

    Cleusa Maria da Silva, criadora da rede Sodiê Doces

As mudanças podem ser notadas pelo tamanho da área física dos novos franqueados, que chegam a ter 300 metros quadrados e comportam mais de 20 pessoas ao mesmo tempo.

Para se ter uma ideia, a  primeira loja, em Salto, tinha cerca de 20 metros quadrados e os clientes tinham de levar o bolo para comer em casa. Hoje, a rede possui 116 lojas em todo o país.

Além disso, os seis anos no comando da loja própria possibilitaram à empresária total domínio sobre a operação do negócio.

“Vinha até gente de outras cidades para comprar bolo. O produto estava testado e aprovado. Operar a loja própria foi importante para amadurecer o negócio, conquistar bons fornecedores e consolidar a marca”, afirma.

Empresário precisa ficar de olho nos franqueados

Já o empresário David Pinto, 27, tinha o objetivo de franquear sua marca no momento em que criou a Doutor Resolve, empresa de serviços na área de manutenção predial, em São José do Rio Preto (a 438 km  de São Paulo).

Em 2010, ele inaugurou a primeira loja que serviu como um teste e uma "vitrine" para os interessados na franquia. "Já havia trabalhado em outras redes e sabia que o nosso conceito seria facilmente replicado", declara.

  • Divulgação

    David Pinto, presidente do grupo Resolve Franchising

Há quase três anos no mercado, a empresa cresceu e deu origem ao grupo Resolve Franchising, dono das marcas Doutor Resolve, Instituto da Construção (cursos na área de contrução civil) e Doutor Eletro (manutenção de eletrodomésticos). Somando as três marcas, são mais de 650 franqueados.

O empreendedor diz que todas as marcas possuem uma loja própria, operada por ele. Testar o negócio e corrigir erros antes de franquear foi fundamental para a expansão de suas franquias.

"É um erro começar do zero e sair vendendo franquia sem testar. O franqueador tem de ter certeza de que seu negócio foi testado o suficiente e pode ser replicado", afirma.

Para o presidente do grupo Resolve, mesmo com outro empreendedor no comando de uma unidade franqueada, é importante verificar se os padrões e manuais da rede estão sendo seguidos e oferecer canais de comunicação para eventuais dúvidas sobre procedimentos.

“Não adianta só licenciar a marca e deixar nas mãos do franqueado, precisa ter controle de qualidade. Afinal, é a sua marca que está em jogo”, declara.