Oferta de resgate ao Chipre ainda vale, diz representante da eurozona
O pacote de resgate de 10 bilhões de euros oferecido pela zona do euro ao Chipre ainda está sobre a mesa, mas cabe à ilha do Mediterrâneo determinar como financiar suas necessidades, disse nesta terça-feira (19) o presidente do Eurogroup, grupo que reúne os ministros das Finanças da zona do euro, Jeroen Dijsselbloem.
Mais cedo, o Parlamento do Chipre rejeitou a proposta de taxar os depósitos bancários no país. Dijsselbloem disse "lamentar profundamente" a decisão dos parlamentares.
A medida impopular era uma contrapartida de um acordo firmado entre o Chipre e representantes da zona do euro e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Para receber um resgate de 10 bilhões de euros, o Chipre iria "confiscar" parte do dinheiro depositado nas contas bancárias no país, para levantar 5,8 bilhões de euros.
O ministro das Finanças holandês, que preside as reuniões do grupo, disse que as condições, o tamanho do resgate e a necessidade de reduzir a dívida cipriota ainda são válidos.
"A oferta da zona do euro e do Eurogroup ao Chipre ainda vale", disse Dijsselbloem a jornalistas. "A bola está com o Chipre... Os maiores volumes de riqueza no Chipre estão nos bancos, e são os bancos que têm problemas, então é inevitável que lidemos com isso".
Mercados estão de olho no Chipre
Os mercados financeiros mundiais estão de olho na pequena ilha no mar Mediterrâneo, ao sul da Turquia. Membro da União Europeia, o Chipre é o quinto país a buscar ajuda financeira da zona do euro na crise da dívida do bloco --depois de Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha.
Apesar de a economia do Chipre representar apenas 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro, os mercados temem que medidas semelhantes abram precedentes e sejam tomadas em países maiores, como Espanha, onde o sistema bancário também está frágil.
O que motivou a cobrança do tributo sobre depósitos foi a fraca regulamentação do sistema financeiro do país. Os bancos do Chipre são conhecidos por serem utilizados para a lavagem de dinheiro de gangues de outros países. É estimado que quase a metade dos depositantes sejam russos não-residente no país.
Confisco dos depósitos bancários
O projeto de lei com emenda previa liberar da taxa os pequenos correntistas, com menos de 20 mil euros (cerca de R$ 51 mil) no banco.
Já os poupadores com depósitos entre 20 mil e 100 mil euros seriam taxados em 6,75%, e aqueles com mais de 100 mil euros pagariam uma taxa de 9,9%. Por exemplo, uma pessoa com 20 mil euros no banco, teria 1,350 euros abocanhados pelo governo cipriota. Já um correntista com 200 mil euros, "pagaria" 19.800 euros.
(Com Reuters)
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