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Salão de beleza mima clientes; teste mostra os principais serviços

Afonso Ferreira

Do UOL, em São Paulo

05/06/2013 06h00

Oferecer serviço de manobrista e estacionamento gratuito, cafezinho e dar descontos em tratamentos estéticos foi a forma que a empresária Silvana Silva, 36, encontrou para agradar a clientela e manter sua frequência no salão de beleza Feeling, em São Paulo (SP).

O estabelecimento também dispõe de uma cafeteria que vende doces, salgados, café, chá e outras bebidas para agradar os clientes.

A prática de criar promoções e ampliar a oferta de serviços em um mesmo local é apontada como uma boa estratégia para fidelizar clientes pela consultora do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa), Elderci Garcia.

"Encontramos poucas empresas investindo em promoções, mas é um apelo que sempre atrai clientes. Quem não gosta de saber que está desfrutando de um produto ou serviço com desconto?"

A consultora também conta que oferecer café para a cliente que aguarda atendimento e ter manobristas são diferenciais em um salão de beleza. No entanto, o preço cobrado pelo corte de cabelo não pode ser abusivo para compensar o custo.

“O cliente tem de ter a sensação de que, considerando todas as facilidades oferecidas, vale a pena pagar o preço cobrado”, diz.

Fazer promoções e dar um bom atendimento aos clientes são as principais armas do salão de Silva, segundo ela.

"Sempre oriento meus funcionários a tratarem a cliente pelo nome, principalmente as mais habituais. Isso cria um vínculo maior entre ela e a empresa e a faz retornar outras vezes. Também faço promoções de pacotes e dou desconto em alguns serviços”, afirma.

Quando o movimento está mais baixo, normalmente no inverno, Silva também investe em promoções. Oferece sessões de depilação durante a semana com 15% de desconto e a escova de cabelo de graça para quem fizer uma hidratação.

Para a consultora do Sebrae-SP, salões que não possuem vagas para carros podem fazer parcerias com estacionamentos próximos, oferecendo descontos para clientes que deixarem o veículo no local.

“Às vezes, na correria do dia, a cliente chega atrasada e não tem onde parar na rua. Se ela tiver um estacionamento grátis ou mais barato à disposição, o salão ganhará a simpatia dela”, afirma.

Silva conta que criou o salão em 2008 após perceber uma deficiência nos estabelecimentos da região.

“Fiz uma pesquisa e vi que havia dois tipos de salões: os tops de linha, cheios de serviços e com preços pouco acessíveis, e os espaços pequenos, mais baratos e com pouca comodidade. Não havia alguém que ficasse neste meio”, declara a proprietária.

Hoje, a Feeling chega a atender 400 clientes por semana. O serviço mais básico é o de manicure, que custa a partir de R$ 16. O mais caro é uma sessão de reconstrução capilar, que pode chegar a R$ 150. Os valores de investimento inicial e faturamento não foram divulgados.

Quantidade de estabelecimentos está em alta

O número de salões de beleza no país está em crescimento. Segundo dados da Anabel (Associação Nacional do Comércio de Artigos de Higiene Pessoal e Beleza), em 2011 havia 56 mil estabelecimentos formais em atividade no Brasil, alta de 16% sobre o ano anterior (48,2 mil). Os dados de 2012 não foram consolidados.

No entanto, quando considerados os salões informais em funcionamento, a entidade estima que o número de estabelecimentos chegue a 550 mil no país.

Para o consultor de negócios na área de beleza, Carlos Oristanio, os salões de beleza fecham as portas na mesma velocidade em que as abrem. Isso, segundo ele, porque ainda predomina a informalidade e a falta de conhecimento sobre a gestão aos empresários.

“Ser um bom cabeleireiro não significa que o salão terá uma boa gestão. [O empreendedor] vai ter de se preocupar com contas a pagar, compra de equipamentos, estoque e, principalmente, com o caixa, coisas que ele sequer pensava quando era funcionário de um salão”, declara.

Segundo Oristanio, muitos empreendedores abrem o negócio por necessidade de sustento próprio e não por enxergarem uma oportunidade de crescimento no mercado. Por conta disso, ele tira todo o dinheiro da empresa e fica sem capital de giro e fluxo de caixa.

“Aí, quando ele [o empresário] fica sobrecarregado, coloca um familiar despreparado para cuidar do caixa da empresa e se perde ainda mais nas contas a pagar”, diz o consultor.