Novo ou usado? Descubra que imóvel tem mais a ver com seu perfil
Um bom recorte para começar a busca por um lugar para morar é a idade do imóvel. As diferenças entre um apartamento de 10 anos e um de 30 vão além da aparência e do estado de conservação e se estendem para aspectos como localização e nível de ruído.
Conheça as principais vantagens e desvantagens de imóveis construídos recentemente e daqueles que ajudam a contar a história da cidade, e veja qual deles tem mais a ver com seu estilo.
Imóveis antigos
Vantagens: a primeira é o preço. "Em prédios antigos, você geralmente consegue pagar menos pelo metro quadrado", diz o engenheiro Henrique de Carvalho, da 2H Consultoria e Avaliações.
A localização também merece vir no topo da lista de vantagens dos imóveis mais velhos. Erguidos quando a cidade era menor e havia mais terrenos disponíveis, esses prédios geralmente ficam mais perto da região central do que os novos empreendimentos.
Além disso, os apartamentos antigos, com 30 anos ou mais, costumam ter plantas maiores, ou seja, sala, banheiro, cozinha, quartos e dependência de empregados mais generosos do que os mais recentes, que normalmente privilegiam o espaço social.
Outra diferença é a distância entre o chão e o teto, o chamado pé-direito. "Nos apartamentos antigos, o pé direito chega a 3 metros e, em alguns novos, é de 2,20 metros", compara o corretor Luiz Carlos Kechichian. Assim, os ambientes do imóvel mais velho dão uma sensação de maior amplitude.
Apartamentos antigos também costumam ter paredes e laje mais espessas. Com isso, o imóvel fica menos vulnerável aos ruídos vindos do lado de fora e da casa do vizinho.
Desvantagens: "Geralmente, as limitações dos prédios mais velhos são decorrentes da evolução da tecnologia", diz Henrique de Carvalho. De acordo com ele, imóveis antigos costumam ter menos pontos de tomadas, pois foram construídos em uma época em que havia menos aparelhos eletrodomésticos nas casas.
Um fator crítico é o estado de tubulações. "Nos apartamentos antigos, geralmente os tubos eram de aço galvanizado, que vai ficando corroído ao longo do tempo", diz Henrique. É possível trocar a tubulação, mas o gasto e a reforma, que inclui passar períodos sem água, são dores de cabeça que muita gente pode preferir evitar.
A impermeabilização de áreas comuns também deve ser observada. Esse processo tem validade de 10 anos e, quando está vencido, pode causar infiltrações na garagem e, assim, mais despesas para o condomínio.
Outro ponto importante é a área de lazer. Muitos prédios antigos não oferecem piscina e brinquedos para crianças, como é praticamente o padrão em edifícios mais novos. O mesmo vale para a garagem. "É comum o prédio mais velho não ter e, quando tem, é uma só", diz Luiz Carlos Kechichian.
Ideal para: pessoas que curtem ficar em casa e receber amigos, famílias com filhos adultos.
Imóveis recentes (de cerca de 20 anos ou menos)
Vantagens: um imóvel mais novo costuma ter melhor valor de revenda. "É um apartamento mais atualizado, que desperta o interesse de mais pessoas", diz o consultor e palestrante Guilherme Machado, especialista em mercado imobiliário.
Além disso, geralmente esse imóvel tem uma área de lazer completa que, de certa forma, compensa a redução do tamanho do apartamento. "Por exemplo, o imóvel não tem uma cozinha grande, mas o condomínio oferece um espaço gourmet na área comum", afirma Guilherme.
Um conceito muito comum nos últimos cinco anos é o de condomínio clube, em que o edifício oferece, além da piscina e do playground, espaços como salão de beleza e lounge juvenil, para os adolescentes se encontrarem.
Outra vantagem é que os imóveis novos costumam ser mais preparados para a vida moderna. Permitem o uso simultâneo de diversos eletrodomésticos, têm pelo menos duas garagens, elevadores rápidos, mais segurança (com câmeras e maior dificuldade de acesso de estranhos aos apartamentos).
Desvantagens: os apartamentos novos costumam ter paredes mais finas e tetos mais baixos, o que facilita entrada e saída de ruídos.
Mas o ponto principal é a localização. Esses condomínios geralmente ficam em áreas mais afastadas do centro, em que ainda há terrenos disponíveis e, principalmente, mais baratos. Por serem novas, essas áreas podem carecer de serviços como transporte público ou padarias e supermercados.
Outra questão é que, por causa dos altos custos de manutenção, os chamados condomínios clube acabam sendo divididos em dezenas de apartamentos e a área de lazer precisa ser compartilhada por muitos moradores ao mesmo tempo.
Ideal para: recém-casados, jovens solteiros ou famílias com filhos pequenos.
Imóveis na planta
Vantagens: a forma de pagamento. "Geralmente, quando a pessoa compra na planta, há uma flexibilidade na forma de pagamento que não se consegue no imóvel usado", diz o corretor Luiz Kechichian.
Outra vantagem é poder deixar o apartamento com a cara do proprietário sem precisar enfrentar as dores de cabeça de uma reforma. É possível escolher antes itens como o design dos armários da cozinha, os lustres e o tipo de piso. Em muitos empreendimentos, o comprador também decide onde subir e quebrar paredes.
Há ainda a garantia das construtoras, que costuma ser de 5 anos. Por fim, o valor de revenda também é bom, e geralmente compensa o investimento pois é maior do que o de compra.
Desvantagens: apesar da forma de pagamento amigável oferecida pelas construtoras, com parcelas que cabem no bolso, o comprador pode acabar pagando mais do que o imóvel vale.
Além disso, o comprador não vê o apartamento. É preciso atenção redobrada para evitar armadilhas. "Você compra por um desenho que muitas vezes não bate com a realidade. Algumas construtoras mostram a planta em uma escala e os móveis em outra", alerta Luiz Kechichian.
Algumas vezes, o prazo de entrega não é cumprido. "Até seis meses de atraso é previsto por lei. Mas acontece frequentemente de demorar mais", diz Kerchichian. Nesse caso, o comprador pode até processar a empresa. Mas terá o trabalho de contratar um advogado e abrir um processo.
Ideal para: recém-casados, solteiros ou famílias com filhos pequenos sem muita pressa para mudar.
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