Loja virtual usa kombi para vender roupa, bota e bolsa nas ruas de SP
A loja virtual olook adotou uma forma diferente para divulgar suas roupas e acessórios fora da internet. A empresa transformou uma Kombi, fabricada em 1968, em uma vitrine móvel e circula pelas ruas da capital de São Paulo para mostrar seus produtos.
Especializada no público feminino, a loja oferece roupas, sapatos, bolsas e bijuterias de marca própria e de marcas famosas como Colcci, Triton, M. Officer e Espaço Fashion.
Os preços variam de R$ 15,90, para lingeries, a R$ 299, para roupas de marca própria. Entre as peças das grifes famosas, é possível encontrar preços acima desse valor, mas, por política da empresa, não há itens por mais de R$ 499.
Na Kombi não são realizadas vendas. A vitrine móvel é usada apenas para que as consumidoras possam avaliar a qualidade dos produtos e provar as roupas e os acessórios.
Para vender os artigos no local, a empresa precisaria obter um alvará com a prefeitura, o que inviabilizaria a operação, segundo André Beisert, 33, dono da olook. "Precisaríamos pedir alvará para cada local que quiséssemos estacionar para vender."
O empresário diz que considerou a possibilidade de abrir uma loja conceito na rua Oscar Freire, na região central da capital paulista, colocar quiosques em shoppings ou montar uma loja de rua. "Por adorar automóveis, desisti de ter uma loja física e tive a ideia de usar um carro. Além disso, era algo que ninguém tinha feito”, diz Beisert.
Empresário demorou dois meses para encontrar Kombi
Beisert conta que levou dois meses para encontrar a Kombi. O veículo foi comprado em Campinas (93 km a noroeste de São Paulo). O empresário não revela o valor da operação, mas diz que investiu R$ 100 mil para viabilizar o negócio –compra e reforma do veículo para transformá-lo em uma vitrine ambulante.
A escolha do modelo do veículo 1968 foi uma estratégia da empresa para chamar mais a atenção do público, segundo Beisert. "A ideia da vitrine móvel é causar impacto nas pessoas. Acredito que uma Kombi clássica causa mais curiosidade do as que circulam pela cidade atualmente", diz.
No interior do veículo, há prateleiras, mostruários, espelhos, um televisor que mostra vídeos com combinações de produtos da empresa e dois tablets para que as clientes possam fazer compras diretamente na loja virtual.
Duas monitoras assessoram as clientes tirando dúvidas sobre os produtos e orientando sobre como efetuar a compra pela internet.
O empresário diz que as vendas feitas nos tablets disponíveis na Kombi representam menos de 5% das vendas totais da empresa, mas que, ainda assim, o investimento valeu a pena.
“A reação das pessoas superou nossas expectativas. Onde a Kombi estaciona, ela desperta curiosidade. A estratégia também nos permite ter um retorno mais rápido das consumidoras e contribui para o desenvolvimento de novas coleções.”
O veículo circula entre 10h e 17h nas regiões oeste e sul de São Paulo, em conhecidos centros comerciais da cidade, como os bairros de Pinheiros e Itaim Bibi.
A empresa faturou R$ 10 milhões em 2012 e pretende triplicar este número em 2013.
Veículo é boa ferramenta de marketing, mas custo é alto, diz consultor
De acordo com Luis Stockler, sócio-diretor da consultoria de varejo baStockler, usar um veículo como vitrine para os produtos da loja virtual é uma boa estratégia de marketing.
“Ajuda a quebrar a barreira inicial que muitas pessoas têm sobre compras online. No segmento de moda, isto é especialmente importante, pois há a necessidade de provar os itens para ver o caimento e conhecer a qualidade do material utilizado na fabricação”, afirma.
No entanto, o especialista diz que não se trata de uma grande inovação, pois o modelo é muito parecido com o de venda porta a porta, utilizado por empresas de cosméticos como Avon e Natura.
Ele afirma, ainda, que manter o veículo circulando tem um custo elevado, pois exige combustível, manutenção, seguro e funcionários, o que contrasta com o baixo custo de uma loja virtual.
“O que atrai os empreendedores para o comércio eletrônico é o baixo custo de operação, já que não exige ponto comercial. Manter um showroom ambulante traz despesas e cria expectativa nos consumidores. É importante a empresa não focar suas vendas nele, pois, se por algum motivo ele deixar de circular, frustrará a expectativa dos clientes.”
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