Entenda o impasse que paralisa o governo dos EUA
Do UOL, em São Paulo
O impasse que paralisa parcialmente o governo dos EUA tem relação com o Orçamento do país para 2014.
Sem a aprovação do plano, milhares de funcionários públicos podem ser afetados, recebendo licenças não-remuneradas; parques e museus nacionais fechariam suas portas; e as diversas administrações funcionariam com o mínimo de pessoal.
É a primeira paralisia do Estado desde janeiro de 1996, quando o democrata Bill Clinton presidia o país.
O impasse é provocado, principalmente, por divergências políticas: a Câmara dos Representantes (semelhante à Câmara dos Deputados) tem maioria republicana, de oposição, enquanto o Senado tem maioria democrata, mesmo partido do presidente Barack Obama.
O grande ponto de discórdia entre as duas casas é a reforma de saúde promovida pelo governo Obama.
Câmara adia reforma da saúde de Obama
A Câmara dos Representantes (semelhante à Câmara dos Deputados) aprovou, no domingo (29), um projeto de Orçamento de dois meses e meio, até 15 de dezembro, para negociar um orçamento para todo o ano fiscal de 2014.
Porém, o texto aprovado pelos representantes altera o que havia sido votado pela maioria democrata do Senado na sexta-feira (27).
Sob pressão de representantes do grupo ultraconservador Tea Party, duas emendas foram adicionadas ao texto: adiar por um ano a implementação da reforma da saúde impulsionada por Obama, e eliminar um imposto sobre equipamentos médicos criado por essa reforma.
A proposta agora precisaria ser aprovada pelo Senado. Porém, a maioria democrata deve rejeitá-la, já que os senadores democratas se recusam a mexer em uma das principais reformas do primeiro mandato de Obama.
A Casa Branca também já anunciou que Obama vetaria o texto da Câmara Baixa caso fosse aprovado.
Governo também enfrenta impasse sobre limite da dívida
Esta não é a única crise que o governo americano enfrenta no momento. Democratas e republicanos também têm opiniões diferentes sobre o aumento do limite da dívida pública.
O país deve atingir o limite da dívida pública (US$ 16,7 trilhões) em 17 de outubro, informou o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Jack Lew, em carta aos líderes do Congresso. Segundo ele, se nada for feito, depois dessa data o país não terá como pagar suas contas.
O governo tem se aproximado do teto da dívida desde maio, mas vem evitando dar calote em suas obrigações ao adotar medidas emergenciais, como a suspensão de investimentos em fundos de pensão para funcionários públicos.
Há dois anos, os EUA viveram situação semelhante. O impasse de meses bloqueou o sistema político dos Estados Unidos, alarmou seus aliados internacionais, sacudiu os mercados financeiros e prejudicou a imagem do país no exterior.
(Com agências)