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OGX, de Eike, prepara pedido de recuperação judicial, diz jornal dos EUA

Do UOL, em São Paulo

25/10/2013 17h44

A petroleira OGX (OGXP3), de Eike Batista, já está preparando seu pedido de recuperação judicial, segundo informações do "Wall Street Journal", citando pessoas com conhecimento do assunto, mas sem identifica-las.

Um pedido de recuperação judicial só pode ser protocolado depois que todas as alternativas para negociação de dívidas forem esgotadas.

Segundo as fontes, a empresa poderia protocolar o pedido a qualquer momento ao longo da próxima semana. Procurados pelo "Wall Street Journal", nem Eike nem a OGX puderam comentar o assunto.

Negociação de dívidas ficou sem acordo, segundo "Valor"

Terminou sem acordo mais uma rodada de negociação, nesta quarta-feira (23), entre a OGX (OGXP3), petroleira de Eike Batista, e os detentores de bônus internacionais da empresa, informa o “Valor Econômico”.

A data limite para um acordo é 3 de novembro, e não há novos encontros marcados, segundo o jornal. Com isso, a petroleira pode ser declarada oficialmente inadimplente na semana que vem.

Em 1º de outubro, a OGX informou que optou por não pagar US$ 44,5 milhões a credores estrangeiros, no primeiro passo do que pode vir a ser o maior calote da história por uma empresa latino-americana.

Esses US$ 44,5 milhões eram de juros referentes à dívida de US$ 1,1 bilhão em bônus com vencimento em 2022, emitidos no exterior pela OGX Austria, controlada da OGX. No total, apenas em bônus no mercado internacional a OGX tem dívida de US$ 3,6 bilhões.

Na época, em comunicado ao mercado, a OGX disse que, segundo o contrato, tinha 30 dias para continuar negociando com os credores.

Desde então, negociadores da petroleira têm corrido contra o relógio em busca de um acordo com os credores, mas sem avanço até o momento.

Petroleira em crise

A derrocada da OGX, que já foi considerada o ativo mais precioso do grupo de empresas de Eike, ganhou força após sucessivas frustrações com o nível de produção da petroleira.

No início de julho, a companhia decidiu não seguir adiante com o desenvolvimento de algumas áreas na bacia de Campos, antes consideradas promissoras.

Com pouco dinheiro disponível e fracasso em sua campanha exploratória até o momento, em agosto a OGX desistiu de adquirir nove dos 13 blocos que arrematou na última licitação de áreas de petróleo, evitando o pagamento de R$ 280 milhões ao governo por direitos exploratórios.

A OGX espera completar a venda de uma fatia em blocos de petróleo que possui para a malaia Petronas, para conseguir um alívio no caixa.

A Petronas, porém, aguarda a conclusão da reestruturação da dívida da OGX para dar prosseguimento ao negócio de US$ 850 milhões com a petroleira brasileira.