Agência de risco diz que pode baixar nota do Brasil ainda neste ano
A agência de avaliação de risco Standard & Poor's (S&P) informou que pode rebaixar a nota da dívida pública do Brasil ainda neste ano, mesmo antes das eleições de outubro. A afirmação foi feita nesta terça-feira (7) pelo diretor da agência Joydeep Mukherji, em reunião com jornalistas em Nova York.
O mercado reagiu à notícia, temendo que isso possa afetar a atratividade do país aos investidores. O dólar, que chegou a operar em queda de quase 1% durante o dia, fechou praticamente estável.
O executivo da S&P afirmou à agência de notícias Reuters que não está sinalizando a perda do título de grau de investimento do Brasil, e afirmou que não está impondo prazos para tomar decisões sobre a classificação do país.
"Não estamos sinalizando a saída do grau de investimento", afirmou ele. "As coisas que estamos observando são tendências e têm sido aparentes há algum tempo. Esse não é um evento súbito".
O chamado grau de investimento indica aos investidores que uma economia tem baixo risco de dar calote, e que as aplicações financeiras feitas por investidores estrangeiros nesse país terão risco próximo a zero.
Agências de risco falharam na crise
As agências de classificação de risco, que dão notas para países, empresas e negócios, determinando sua suposta credibilidade financeira, foram muito criticadas por terem falhado na crise global de 2008/2009.
Elas deram boas notas para operações de vendas de hipotecas imobiliárias nos EUA que afundaram bancos e investidores e geraram a grande crise financeira.
O rating, ou classificação de risco, refere-se ao mecanismo de classificação da qualidade de crédito de uma empresa, um país, um título ou uma operação financeira.
Ele busca mensurar a probabilidade de calote de obrigações financeiras, ou seja, o não-pagamento, incluindo-se atrasos e ou falta efetiva do pagamento. O rating é um instrumento relevante para o mercado, uma vez que fornece aos potenciais credores uma opinião supostamente independente a respeito do risco de crédito do objeto analisado.
(Com Reuters)
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