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Verão gera inflação em praias do Rio e dobra preços de guarda-sol e cadeira

Em Ipanema, o valor do guarda-sol custava de R$ 5 a R$ 6. Atualmente, a maioria é alugada por R$ 10 - João Laet/Agência O Dia/Estadão Conteúdo
Em Ipanema, o valor do guarda-sol custava de R$ 5 a R$ 6. Atualmente, a maioria é alugada por R$ 10 Imagem: João Laet/Agência O Dia/Estadão Conteúdo

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

11/01/2014 06h00

O início do verão carioca já está aquecendo a economia nas principais praias da zona sul do Rio de Janeiro. Na sexta-feira (10), dia de forte calor na capital fluminense, a reportagem do UOL fez um tour pelas praias de Copacabana e Ipanema, e constatou que serviços como o aluguel de guarda-sol e o de cadeiras de praia estão custando o dobro do valor habitual.

Em Ipanema, no trecho entre os postos sete e nove, onde há uma intensa movimentação de turistas, o valor do aluguel do guarda-sol --também chamado de "barraca"-- custava de R$ 5 a R$ 6 antes do verão, segundo banhistas. Atualmente, a maioria dos comerciantes que oferece tal serviço cobra R$ 10.

"A procura aumenta durante o verão. Todo mundo sabe disso", argumenta Marcelo Ferreira, 25, que trabalha na praia de Ipanema há seis anos.

Para o carioca Celso Gomes, morador do bairro, o reajuste não se justifica. "Todo verão é sempre a mesma coisa e quem conhece a praia já está acostumado. Mas os preços estão se tornando abusivos. No ano passado, por exemplo, tinha gente pagando R$ 10 por uma cadeira. Desse jeito, eu prefiro trazer a minha", afirmou.

O aluguel de cadeiras de praia citado por Gomes também está inflacionado, na avaliação de banhistas e visitantes. Antes do verão, era possível usufruir do serviço por R$ 2 ou R$ 3, de acordo com a localização na praia. Em Ipanema, na sexta-feira, cobrava-se até R$ 6 por uma simples cadeira.

O santista Clécio Moreira, que visita o Rio pela terceira vez, se disse assustado com o preço da cadeira de praia. "Por esse valor, é melhor comprar uma canga e sentar na areia", ironizou ele.

Já a tradicional água de coco está pelo menos R$ 1 mais cara nos quiosques de Copacabana que não estão sob concessão da empresa Orla Rio. A maioria passou a cobrar R$ 6, preço que também pode ser observado nas barracas fixadas na areia. Já os quiosques da Orla Rio não puderam reajustar porque o custo é padronizado, continuam cobrando R$ 5.

Até o fim de 2012, em Copacabana, o coco custava em média R$ 3. A aposentada Maria dos Anjos Oliveira, que diz frequentar a praia diariamente, afirmou ter "saudade" dessa época: "Eu trazia, no máximo, R$ 20 para a praia, e dava para fazer tudo. Tomava água de coco, alugava cadeira de praia, ia ao banheiro", declarou.

Própria ou imprópria?

  • Arte/UOL

    Clique na imagem para conhecer as condições das praias do litoral brasileiro neste verão

Banhistas também observaram aumento no preço dos alimentos. O tradicional biscoito Globo --eleito patrimônio imaterial da cidade do Rio-- passou de R$ 3 para R$ 4 na praia do Arpoador, revelou uma comerciante que não quis se identificar. "Mas eu posso te vender três por R$ 10", respondeu ela ao ser questionada pela reportagem sobre o preço do biscoito.

Cerveja sem aumento

Comerciantes das praias de Copacabana e Ipanema afirmam que o preço da cerveja está congelado até o Carnaval por determinação da fabricante de bebidas Ambev --que possui três das marcas mais conhecidas (Skol, Brahma e Antarctica).

Em dezembro do ano passado, a empresa lançou a campanha "Verão sem aumento". Até a última quinta-feira (9), mais de 500 mil pontos de vendas pelo país já haviam aderido à iniciativa.

3,2 milhões de turistas durante o verão

Segundo a Riotur (Secretaria Municipal de Turismo), a temporada do verão 2014 na capital fluminense deve atrair, no total, mais de 3,2 milhões de turistas. A projeção indica que, em comparação com o verão do passado, serão 64 mil visitantes a mais.

Neste ano, a movimentação de turistas deve injetar na economia carioca, de acordo com os cálculos da Riotur, cerca de US$ 2,6 bilhões --crescimento de 13% em relação a 2013.