BC dos EUA anuncia nova redução de pacote econômico, para US$ 65 bilhões
O Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, anunciou nesta quarta-feira (29) mais um corte de US$ 10 bilhões em seu pacote de estímulo econômico, para US$ 65 bilhões por mês.
Em dezembro, o BC dos EUA anunciou seu primeiro corte nos estímulos, de US$ 85 bilhões para US$ 75 bilhões. Na ocasião, Fed indicou que deveria continuar reduzindo seu estímulo, se os dados de emprego e inflação continuassem melhorando.
O banco reduziu igualmente as compras de Treasuries e de títulos hipotecários, para US$ 35 bilhões e US$ 30 bilhões mensais, respectivamente.
O Fed reconheceu que "a atividade econômica ganhou fôlego nos trimestres recentes", em comunicado divulgado após a reunião.
Investidores de todo o mundo aguardavam a decisão desta quarta-feira, e o corte de US$ 10 bilhões já era esperado por analistas.
Decisão chacoalha economias emergentes
O Fed manteve seu plano de remover o estímulo econômico em um momento de persistentes preocupações com a situação econômica brasileira e constante mau humor com os mercados emergentes.
Para combater essa desconfiança, Índia, Turquia e agora África do Sul aumentaram suas taxas de juros na tentativa de conter a forte desvalorização de suas moedas.
A decisão do Fed deve reduzir ainda mais a quantidade de dólares em circulação no mundo, e pode fazer a moeda ficar mais cara.
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Mudança pode 'tirar' dólares de países emergentes
Desde o início do programa, o Fed injetava US$ 85 bilhões nos mercados todos os meses, em um programa conhecido como QE3.
O BC americano utiliza uma ferramenta clássica de política econômica para fazer essa injeção de recursos: a compra de títulos públicos (pedaços da dívida estatal, vendidos pelo Tesouro dos EUA) em mãos de investidores e bancos.
Sem essa enxurrada de dólares e com juros mais altos nos EUA, os investidores tendem a preferir opções consideradas mais seguras, e tirar recursos de países emergentes.
Dólares baratos que alimentaram um boom no Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul na última década diminuíram desde que o Fed alertou, em maio de 2013, sobre a possível redução do esquema de compra de títulos dos EUA.
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Troca de comando
A reunião do Fed, que termina hoje, é a última com Ben Bernanke na presidência. Ele será substituído por Janet Yellen, que foi indicada pelo presidente Barack Obama.
Em oito anos à frente do Fed, Ben Bernanke adotou medidas consideradas heterodoxas pelo mercado. Ele estruturou um balanço patrimonial de US$ 4 trilhões, e manteve as taxas de juros do país próximas de zero por mais de cinco anos, em uma tentativa de tirar a economia da pior recessão em décadas.
Agora, o Fed avalia que as medidas estão começando a surtir efeito, baseado em dados mais positivos sobre o crescimento dos empregos no país. Em contrapartida, essa emissão bilionária de dinheiro pode causar prejuízos ao país a longo prazo.
(Com Reuters)
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