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Punta del Este está deserta, afetada por crise cambial argentina

Guillermo Pellegrino

Do "Clarín", no Uruguai

06/02/2014 10h28

Os comerciantes de Punta del Este (Uruguai) afirmam que a maior presença de turistas brasileiros não foi suficiente para compensar a queda na chegada dos argentinos -que tradicionalmente lideram as visitas ao balneário uruguaio. Para compensar, as lojas fazem promoções antecipadas.

As dezenas de milhares de turistas que chegaram a Punta del Este na quinta-feira passada, 30 de janeiro, em quatro cruzeiros deram uma cor diferente ao panorama semidesértico que o principal balneário uruguaio apresenta há vários dias.

Mas, no primeiro fim de semana de fevereiro, a paisagem –de pouca gente nas praias, de muitas mesas vazias nos restaurantes e de lojas com muito pouco movimento– voltou a ser a de sempre, pelo menos a que impera na península e seus arredores desde 20 de janeiro, data que para muitos operadores marcou o final desta temporada.

“Janeiro foi um desastre, um desastre!”, diz Carlos Fernández, taxista do ponto da avenida Gorlero e rua 28, respondendo à pergunta de como foi o trabalho até agora.

“Fiz em média cinco ou seis corridas por dia, quando três ou quatro temporadas atrás, quase não parávamos”.

A baixa de visitantes argentinos, que nos primeiros dez dias de janeiro foi de 10%, de acordo com dados do Ministério de Turismo do Uruguai, foi determinante para a perda nos setores hoteleiro, gastronômico, imobiliário e de comércio em geral.

Mas a isso é preciso acrescentar o fato de que os que vieram mediram os gastos.

“Fiquei surpresa ao ver grupos de argentinos que sentavam e, ao verem os preços, levantavam e iam embora”, diz Verónica, garçonete de uma pizzaria que, por falta de clientes, há dez dias já não fica aberta 24 horas.

Brasileiros

Segundo o Ministério de Turismo, o número de brasileiros cresceu 36%. Mas a maioria dos comerciantes diz não ter notado e que esse crescimento está longe de compensar a baixa de argentinos.

Chama a atenção a quantidade de cartazes com saldos, promoções e liquidações que proliferam na av. Gorlero, nas suas transversais e até na exclusiva rua 20, algo que antes costumava acontecer no final de fevereiro ou em março, mas que se antecipou, devido às pobres perspectivas para o que resta da temporada de férias deste verão.

(Texto originalmente publicado no site do Clarín em português)