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Agência de risco Moody's corta nota de crédito da Petrobras

Do UOL, em São Paulo

21/10/2014 17h28Atualizada em 29/10/2014 14h05

A agência de classificação de risco Moody's cortou a nota da dívida da Petrobras em real e em moeda estrangeira nesta terça-feira (21). A classificação caiu um degrau, de "Baa1" para "Baa2". Isso sinaliza menos confiança para os investidores aplicarem seu dinheiro na empresa. 

Apesar do rebaixamento, a estatal ainda ficou num nível de "grau de investimento", ou seja, é considerada uma boa pagadora, uma empresa recomendável para se investir. 

A agência manteve a perspectiva da estatal como negativa, o que indica que pode cortar novamente a nota em sua próxima avaliação.

Em comunicado, a Moody's disse acreditar que o nível de endividamento da Petrobras só deve começar a diminuir em 2016, contrariando as avaliações anteriores da empresa.

Agência cita controle dos preços dos combustíveis

A agência assinalou que, até 30 de junho, a dívida da Petrobras alcançou US$ 170 bilhões, um aumento de US$ 25 bilhões em relação a dezembro de 2013, principalmente como consequência do dólar e perdas relacionadas à diferença entre os preços internacionais e locais da gasolina e do diesel, além do financiamento para as despesas de capital.

A incapacidade da empresa para aumentar os preços dos derivados de petróleo de acordo com os preços internacionais, por conta de controle exercido pelo sócio controlador, o governo, tem provocado grandes prejuízos na área de abastecimento, afirmou a agência.

"O governo impediu aumentos nos derivados de petróleo a fim de controlar a inflação", disse.

Entenda como as agência fazem o cálculo da nota

O rating, ou classificação de risco, refere-se ao mecanismo de classificação da qualidade de crédito de uma empresa ou um país.

Ele busca medir a probabilidade de calote de obrigações financeiras. O rating é um instrumento relevante para o mercado, uma vez que fornece aos potenciais credores uma opinião independente a respeito do risco de crédito do objeto analisado.

Do ponto de vista econômico, é bastante vantajoso, pois uma vez feito, pode ser utilizado para vários objetivos e por diversas instituições. Com a globalização, o rating se apresenta como uma linguagem universal que aborda o grau de risco de qualquer título de dívida.

Agências de risco falharam na crise

As agências de classificação de risco, que dão notas para países, empresas e negócios, determinando sua suposta credibilidade financeira, foram muito criticadas por terem falhado na crise global de 2008/2009.

Elas deram boas notas para operações de vendas de hipotecas imobiliárias nos EUA que afundaram bancos e investidores e geraram a grande crise financeira.

O rating, ou classificação de risco, refere-se ao mecanismo de classificação da qualidade de crédito de uma empresa, um país, um título ou uma operação financeira.

Ele busca mensurar a probabilidade de calote de obrigações financeiras, ou seja, o não-pagamento, incluindo-se atrasos e ou falta efetiva do pagamento. O rating é um instrumento relevante para o mercado, uma vez que fornece aos potenciais credores uma opinião supostamente independente a respeito do risco de crédito do objeto analisado.

(Com Reuters)