Em 2 anos, favelados com TV LCD passam de 46% para 67%; dívidas sobem
A proporção de casas em favelas equipadas com TV de LCD, LED ou plasma passou de 46%, em 2013, para 67%, em 2015. O número de endividados também subiu no período.
É o que mostra uma pesquisa feita pelo instituto Data Favela em parceria com o Data Popular e a Central Única das Favelas, divulgada nesta segunda-feira (2).
O levantamento atribui o maior acesso a bens de consumo ao crescimento da renda média e do emprego formal e não menciona o barateamento dos produtos.
Com mais poder de compra, a proporção de moradores com dívidas subiu de 27% para 35% em dois anos.
O endividamento é mais alto na faixa etária de 35 a 49 anos. Quase metade (45%) dos moradores de nessa idade têm dívidas.
Apesar do endividamento maior e de 53% dos moradores afirmarem que têm dificuldade para pagar as contas, o percentual de entrevistados com contas atrasadas há mais de 30 dias (22%) não mudou de 2013 até hoje.
Moradores compram máquina de lavar e querem notebook
Além das televisões, outro bem que também entra com rapidez nas favelas é a máquina de lavar. Hoje, 75% das casas tem máquina, contra 69% em 2013.
Em relação à posse de veículos, o estudo mostra que 24% dos moradores têm carro e 15% tem moto. Dois anos atrás, as proporções eram 20% e 14%.
Questionados sobre o que pretendem comprar nos próximos 12 meses, a maioria menciona notebook, tablet e TV de plasma.
Inflação preocupa
Mesmo com o aumento do consumo, os brasileiros que moram em favelas dizem estar preocupados com os rumos da economia do país, de acordo com o estudo.
A cada 10 entrevistados, oito dizem temer que os preços aumentem. O medo é mais frequente conforme diminui a renda.
Ele atinge 82% dos que têm renda familiar mensal de até R$ 1.199. Dos que tem renda entre R$ 1.792 e R$ 3.273, 80% temem a inflação. Já dentre os que tem renda de R$ 5.637 a R$ 15.111, 73% têm medo do aumento de preços.
Os 13,3 milhões brasileiros que moram em favelas movimentam R$ 68,6 bilhões por ano, segundo o estudo.
Ele foi realizado em fevereiro deste ano e entrevistou 2.000 moradores de 63 favelas, localizadas nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Curitiba e Porto Alegre e no Distrito Federal.
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