Com dólar caro, gasto no exterior cai 30% e é o menor para abril desde 2010
Os brasileiros gastaram em viagens internacionais um total de US$ 1,644 bilhão em abril, menor resultado para o mês desde 2010, quando os gastos com turismo no exterior tinham sido de US$ 1,227 bilhão. Em relação a abril de 2014 (US$ 2,34 bilhões), houve uma queda de 29,7%.
Os números são do Banco Central (BC) e foram divulgados nesta terça-feira (26).
O recuo dos gastos de brasileiros no exterior deve-se ao dólar mais alto, que encarece as passagens e as diárias de hotéis calculadas em moeda estrangeira. Analistas do mercado financeiro projetam que o dólar encerrará este ano cotado a R$ 3,20.
Janeiro a abril: queda de 16%
Considerando os quatro primeiros meses do ano, os gastos dos brasileiros em viagens internacionais caíram 16% em relação ao mesmo período de 2014: de US$ 8,187 bilhões para US$ 6,876 bilhões.
Com relação aos gastos de estrangeiros no Brasil, eles deixaram US$ 444 milhões no país em abril de 2015 e US$ 2,081 bilhões nos quatro primeiros meses deste ano. Houve queda de 18,38% em relação aos US$ 544 milhões de abril do ano passado, e de 8,2% em relação aos US$ 2,267 bilhões registrados para o primeiro quadrimestre de 2014.
Resultado
Com isso, a conta de viagens internacionais (receitas menos despesas) ficou negativa em US$ 1,2 bilhão no mês passado --em abril de 2014, tinha ficado negativa em US$ 1,796 bilhão.
No quadrimestre, o gasto líquido com viagens foi de US$ 4,795 bilhões, contra US$ 5,921 bilhões vistos em igual período do ano passado.
Para o ano, o BC estima um deficit com viagens de US$ 16 bilhões, contra US$ 18,7 bilhões vistos em 2014.
Nova metodologia do BC
Em abril, o BC adotou nova metodologia internacional para contabilizar as contas externas.
Dentro da conta de serviços, onde estão os gastos com viagens, o BC passou a apresentar novas linhas, como serviços de propriedade intelectual (antigo “royalties”), que mostraram deficit de US$ 268 milhões no mês passado (US$ 1,522 bilhão no ano), e telecomunicações, computação e informações, que capta despesas com softwares, por exemplo, que consumiram outros US$ 153 milhões no mês passado (US$ 615 milhões no ano).
A nova nota também traz outros serviços – pesquisa, desenvolvimento, publicidade, engenharia, arquitetura, limpeza e despoluição – que foi superavitária em US$ 753 milhões, e serviços culturais, pessoais e recreativos, com saída de US$ 37 milhões no mês.
(Com Agência Brasil e Valor)
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