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Escocês ganha Prêmio Nobel de Economia com estudo sobre pobreza e consumo

Angus Deaton, vencedor do Prêmio Nobel de Economia 2015 - Larry Levanti/EFE
Angus Deaton, vencedor do Prêmio Nobel de Economia 2015 Imagem: Larry Levanti/EFE

Do UOL, em São Paulo

12/10/2015 10h33

O escocês Angus Deaton, 69, professor da Universidade de Princeton (Estados Unidos) foi o vencedor do Prêmio Nobel de Economia com estudos sobre pobreza, consumo e bem-estar. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (12) pela Real Academia Sueca de Ciências, em Estocolmo.

Em seu trabalho, Deaton faz uma ligação entre o consumo, as faixas de renda e como políticas públicas podem afetar ricos e pobres, e como o comportamento da população muda quando um governo aumenta ou diminui impostos sobre produtos.

"Para elaborar políticas econômicas que promovam o bem-estar e reduzam a pobreza, devemos entender, em primeiro lugar, as opções individuais de consumo. Angus Deaton, mais do que ninguém, melhorou esta compreensão", explicou a Real Academia Sueca de Ciências.

O comitê de premiação destacou três grandes contribuições de Deaton em seus estudos desde 1980. O primeiro é como os consumidores distribuem seus gastos entre diferentes bens.

Segundo o pesquisador, a procura por um produto depende de seu preço e da renda individual dos consumidores. Com isso, é possível identificar padrões de consumo em diferentes grupos.

Na década de 1990, Deaton mostrou que a população adapta o próprio consumo à renda individual. Por isso, para entender padrões de consumo dentro de um grupo, é necessário analisar informações de cada indivíduo que o compõe.

Estudos mais recentes do pesquisador também mostram que dados sobre o consumo individual das famílias podem ser usados para identificar políticas por trás do desenvolvimento econômico.

As pesquisas de Deaton, "ao colocar em evidência a relação entre as opções individuais e seus efeitos no conjunto da economia, contribuíram para transformar a macroeconomia, a microeconomia e a economia do desenvolvimento", acrescentou o júri da premiação.

Nobel de Economia nasceu em 1968

O Prêmio Nobel de Economia é chamado oficialmente de "Prêmio do Banco da Suécia em Ciências Econômicas em memória de Alfred Nobel". É a única premiação que não estava prevista no testamento do inventor sueco da dinamite.

Foi instituído em 1968 pelo Banco Central da Suécia e concedido pela primeira vez em 1969. Os outros prêmios Nobel (Medicina, Física, Química, Literatura e Paz) foram entregues pela primeira vem em 1901.

Veja os dez últimos vencedores do Nobel de Economia:

  • 2015: Angus Deaton (Escócia/Estados Unidos) por seus estudos sobre "o consumo, a pobreza e o bem-estar".
  • 2014: Jean Tirole (França), por sua "análise do poder do mercado e de sua regulação".
  • 2013: Eugene Fama, Lars Peter Hansen e Robert Shiller (Estados Unidos), por seus trabalhos sobre os mercados financeiros.
  • 2012: Lloyd Shapley e Alvin Roth (Estados Unidos), por seus trabalhos sobre a melhor maneira de adequar a oferta e a demanda em um mercado, com aplicações nas doações de órgãos e na educação.
  • 2011: Thomas Sargent e Christopher Sims (Estados Unidos), por trabalhos que permitem entender como acontecimentos imprevistos ou políticas programadas influenciam os indicadores macroeconômicos.
  • 2010: Peter Diamond e Dale Mortensen (Estados Unidos), Christopher Pissarides (Chipre/Reino Unido), um trio que melhorou a análise dos mercados nos quais a oferta e a demanda têm dificuldades para se acoplar, especialmente no mercado de trabalho.
  • 2009: Elinor Ostrom e Oliver Williamson (Estados Unidos), por seus trabalhos separados que mostram que a empresa e as associações de usuários são às vezes mais eficazes que o mercado.
  • 2008: Paul Krugman (Estados Unidos), por seus trabalhos sobre o comércio internacional.
  • 2007: Leonid Hurwicz, Eric Maskin e Roger Myerson (Estados Unidos), por seus trabalhos baseados nos mecanismos de intercâmbio destinados a melhorar o financiamento dos mercados.
  • 2006: Edmund Phelps (Estados Unidos), por ter demonstrado que a prioridade de uma política anti-inflacionária tem efeitos benéficos no longo prazo sobre o crescimento.

(Com AFP)