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BC começa hoje reunião sobre juros; será primeira decisão no governo Temer

Do UOL, em São Paulo

07/06/2016 06h00

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central começa nesta terça-feira (7) uma reunião de dois dias para decidir a Selic, a taxa básica de juros do país. Esse será o quarto encontro do Copom neste ano e a primeira decisão sobre o tema dentro do governo do presidente interino, Michel Temer.

A taxa está em 14,25% ao ano desde julho do ano passado. Nas últimas seis reuniões, o BC decidiu manter a Selic no mesmo nível. 

A tendência é que isso aconteça novamente nesta semana, na opinião da maioria dos analistas de mercado consultados pelo BC para o Boletim Focus, e também dos economistas consultados pela agência Reuters. 

Cortes devem vir no 2º semestre

Essa deve ser a última decisão antes da chegada de Ilan Goldfajn ao BC para liderar um provável ciclo de cortes dos juros. A sabatina do indicado à presidência do Banco Central na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) está prevista para a manhã desta terça-feira.

Os primeiros meses do ex-economista-chefe do Itaú à frente do BC devem ser marcados por cortes da Selic, segundo os analistas. A projeção da Selic para o fim deste ano, segundo o Boletim Focus, é de 12,88% ao ano. 

Juros X Inflação

Os juros são usados pelo Banco Central para tentar controlar a inflação. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar os preços a caírem. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para estimular o consumo. 

A meta é manter a inflação em 4,5% ao ano, mas há uma tolerância de 2 pontos, ou seja, pode variar entre 2,5% e 6,5%.

A inflação segue bem acima do limite máximo: chegou  9,62% em 12 meses, segundo os dados mais recentes, da prévia da inflação (IPCA-15) em maio. 

Porém, os juros também estão altos e o país está em recessão. Se o BC subir ainda mais os juros, corre o risco de fazer a economia encolher ainda mais.

Juros para o consumidor são mais altos

A Selic é a taxa básica da economia e serve de referência para outras taxas de juros (financiamentos) e para remunerar investimentos corrigidos por ela. 

Ela não representa exatamente os juros cobrados dos consumidores, que são muito mais altos.

Segundo os últimos dados divulgados pelo BC, a taxa de juros do cheque especial subiu em abril e atingiu 308,7% ao ano, e os juros do rotativo do cartão de crédito ficaram em 448,6% ao ano.

Como sua vida é afetada pelos juros altos?

  • Empréstimos e financiamentos ficam caros (prestação de uma geladeira ou um carro);
  • Sobe o desemprego porque as empresas investem menos;
  • As pessoas cortam gastos. Isso ajudaria a reduzir a inflação;
  • A economia enfraquece (o PIB, Produto Interno Bruto, cai);
  • A poupança rende com seu potencial máximo. Quando a Selic está igual ou inferior a 8,5% ao ano, rende menos. Como está acima, vai dar 6,17% ao ano mais a TR;
  • Os juros altos aumentam o rendimento com investimentos em certos títulos públicos, como o Tesouro Selic.

(Com Reuters e Valor)

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