PIB emenda 10ª queda, pior marca desde 1996; economia encolhe 2,9% em 1 ano
A economia brasileira continuou encolhendo, piorando a sequência de quedas que já era a maior dos últimos 20 anos. O PIB (Produto Interno Bruto) caiu 0,8% no terceiro trimestre em relação ao segundo. Na comparação de um ano atrás, com o terceiro trimestre de 2015, o PIB caiu 2,9%.
Nessa comparação anual, é a décima queda seguida. Em relação ao trimestre anterior, o PIB sofreu seu sétimo recuo consecutivo. Em ambas as medições, trata-se da maior sequência de resultados negativos em 20 anos, desde 1996, quando começou a atual pesquisa.
As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (30) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em valores atuais, o PIB no terceiro trimestre de 2016 alcançou R$ 1,58 trilhão.
Recessão sob Temer
Este é o primeiro trimestre completo sob comando de Michel Temer e de sua equipe econômica. Temer assumiu interinamente a Presidência em 12 de maio, quase na metade do segundo trimestre.
O resultado do terceiro trimestre, com destaque para a forte queda dos investimentos, faz com que o cenário de maior otimismo visto com a mudança de governo perca fôlego.
O aprofundamento da recessão brasileira dificulta ainda mais a recuperação esperada para a economia em 2017, em meio ao aumento do desemprego e à queda da confiança. Alguns economistas já consideram o risco de o país estar próximo de um terceiro ano seguido de recessão.
Queda de 4% de janeiro a setembro
No acumulado de quatro trimestres, o PIB caiu 4,4% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores, sétimo resultado negativo seguido.
Já no resultado acumulado de janeiro a setembro, o PIB recuou 4% em relação a igual período de 2015, a maior queda para este período desde o início da série histórica, em 1996.
Em 2015, o PIB encolheu 3,8%, com resultados negativos nos quatro trimestres do ano. Bastam dois trimestres seguidos de recuo para se considerar que um país está em recessão técnica.
Estimativas para 2016 e 2017
Neste mês, o governo do presidente Michel Temer piorou a estimativa para o PIB neste ano, de -3% para -3,5%. Para 2017, a projeção foi cortada: de crescimento de 1,6% para 1%.
Analistas de mercado consultados pelo Banco Central para o boletim Focus esperam queda de 3,49% na economia em 2016 e crescimento de 0,98% no ano que vem. "Crescimento zero no ano que vem é uma possibilidade", disse à agência de notícias Reuters David Beker, economista-chefe do Bank of America Merrill Lynch, que por enquanto prevê expansão de 1% do PIB em 2017.
No mês passado, o FMI (Fundo Monetário Internacional) melhorou sua previsão sobre o desempenho econômico do Brasil neste ano e no próximo. De acordo com o FMI, o Brasil fechará 2016 com o PIB em queda de -3,3%; a previsão anterior era de -3,8%. Para 2017, o FMI prevê crescimento de 0,5%, estimativa menos otimistas que os 1,3% previstos antes.
O que entra na conta do PIB?
O PIB é a soma de tudo o que é produzido no país. Os dados consideram a metodologia atualizada do cálculo.
(Com agências de notícias)
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