Meirelles diz que economia saiu da UTI, mas ainda está em recuperação
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, comparou nesta segunda-feira (5) a economia brasileira a um paciente que deixou a UTI (Unidade de Tratamento Intensivo).
"[Um paciente que] não está correndo ainda, está num processo de estabilização e retomada", declarou durante o 12º Congresso Brasileiro da Construção, promovido pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), na capital paulista.
Meirelles disse que um dos "remédios" que ajudarão na recuperação da economia é a Reforma da Previdência, anunciada nesta tarde pelo presidente Michel Temer.
"A expectativa é que seja bem recebida no Congresso. Ela será debatida pela sociedade, como deve em qualquer país do mundo. Mas ela tem uma meta central. Melhor do que tentar antecipar ou manter uma idade de aposentadoria relativamente jovem, aos 55, 56 ou até 60 anos, é dizer que, mais relevante, crucial, todos tenham certeza de que vão receber a aposentadoria", disse.
O ministro da Fazenda destacou que as atuais regras de aposentadoria foram feitas há muitas décadas, quando a expectativa de vida era inferior. Ainda hoje, o presidente Temer e o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, reúnem-se com representantes das seis principais centrais sindicais do país, em Brasília.
Impostos não serão aumentados
O ministro disse, durante o congresso, que ouviu as sugestões apresentadas pelos representantes de empresários, mas que não pretende promover desonerações aos setores e garantiu também que não vai aumentar impostos.
"O governo deve cortar gastos correntes para não só não ter um crescimento da dívida publica, que não pressione os juros e crie incerteza, mas que também não foque suas ações em cortes de curto prazo, o que significa corte de investimento público. É importante que se preserve a capacidade de investir", declarou.
Crise começou em 2014
Meirelles reconheceu que a crise econômica começou no final de 2014 e ainda persiste. "A longa duração é porque o combate eficaz só começou em maio de 2016. São dois anos completos de crise e isso afeta o endividamento das companhias, dificultando a retomada do crédito. O mesmo acontece com as famílias", afirmou.
Como medidas a serem tomadas, o ministro defendeu a redução do tamanho do estado e maior participação do capital privado. E, ainda, os reflexos positivos com a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do limite dos gastos públicos.
Segundo Meirelles, se a PEC tivesse sido aprovada em 2006, a despesa primária do governo seria 10%, em vez dos atuais 19,5%. "Seria outro país", disse.
Programa de Proteção ao Emprego terá sequência
Durante o evento, o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, disse que o governo dará continuidade ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE), visando garantir 200 mil empregos.
"O PPE passará a ser política pública de proteção ao emprego de estado", disse. Outra medida do ministério relaciona-se a estudos buscando desburocratizar e facilitar o acesso aos recursos ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), aumentando, assim, os recursos para a habitação.
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