Rotativo do cartão sobe a 484,6% ao ano no final de 2016, o maior em 5 anos
A taxa de juros do rotativo do cartão de crédito subiu em dezembro e fechou 2016 em 484,6% ao ano, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (26) pelo Banco Central.
É a taxa mais alta desde março de 2011, quando a pesquisa começou a ser feita. Os juros saltaram 2,4 pontos percentuais na comparação com novembro e 53,2 pontos em relação a dezembro do ano anterior.
Já o resultado do cheque especial ficou em 328,6% ano ano, uma queda de 2 pontos percentuais em relação a novembro e um salto de 41,6 pontos na comparação com dezembro de 2015.
Os dados são referentes apenas aos juros cobrados das famílias. Esses são números médios e podem variar para cada situação específica, porque os bancos oferecem taxas diferentes de acordo com o plano contratado pelo cliente e a relação entre eles (quem tem mais dinheiro no banco paga menos taxas).
Outras taxas
Confira a variação de outras modalidades de crédito monitoradas pelo BC:
- Cartão de crédito parcelado: de 155,4% ao ano em novembro para 153,8% ao ano em dezembro;
- Crédito pessoal não-consignado: de 137,9% ao ano em novembro para 139,4% ao ano em dezembro;
- Crédito pessoal consignado: de 29,4% ao ano em novembro para 29,3% ao ano em dezembro;
- Crédito renegociado: de 55,3% ao ano em novembro para 54,2% ao ano em dezembro;
- Compra de veículos: de 25,9% ao ano em novembro para 25,7% ao ano em dezembro;
- Compra de outros bens: de 94,2% ao ano em novembro para 95,1% ao ano em dezembro;
- Financiamento imobiliário: de 10,6% ao ano em novembro para 10,8% ao ano em dezembro.
Corte na taxa básica de juros
Em sua primeira reunião em 2017, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu cortar a taxa básica de juros (Selic) em 0,75 ponto percentual, a 13% ao ano. Os juros estavam em 13,75%. Foi a terceira redução seguida da taxa.
A Selic é a taxa básica da economia e serve de referência para outras taxas de juros (financiamentos) e para remunerar investimentos corrigidos por ela. Ela não representa exatamente os juros cobrados dos consumidores, que são muito mais altos.
Mudanças no cartão de crédito
No final do ano passado, o governo anunciou mudanças envolvendo o cartão de crédito, com o objetivo de diminuir a taxa de juros.
O presidente Temer afirmou que os juros do rotativo terão uma redução de mais da metade no primeiro trimestre de 2017. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que a queda deve começar a ser percebida em março.
Na semana passada, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirmou que o CMN (Conselho Monetário Nacional) editaria norma em breve para limitar o prazo máximo do rotativo do cartão de crédito para 30 dias. O conselho se reúne nesta quinta.
Uma das mudanças que já foram anunciadas foi a autorização para que lojistas cobrem preços diferentes para um mesmo produto de acordo com a forma de pagamento (cartão de crédito, dinheiro, parcelamento etc.).
Na prática, a medida legaliza os descontos nas compras à vista ou pagas com dinheiro em espécie.
Meirelles, disse que o objetivo da MP é estimular a competição entre os diversos meios de pagamento e reduzir os juros do cartão.
A Proteste (entidade de defesa do consumidor) disse ao jornal "Folha de S. Paulo" que é contra o desconto para pagamento à vista ou em dinheiro porque considera que o consumidor tem um custo de anuidade com o cartão, enquanto o lojista economiza ao ser dispensado de fazer a análise de crédito do cliente.
Outras medidas estudadas pelo governo são uma diminuição do prazo de pagamento das empresas de cartões aos lojistas caso os juros do segmento não caiam, a criação de um cadastro de bons pagadores e redução no ganho dos bancos (spread bancário).
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