Governo põe empresa que não é alvo da Carne Fraca em lista de investigados
O Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária divulgou na terça-feira (23) uma lista com 21 empresas investigadas pela Polícia Federal na Operação Carne Fraca. Entre elas, porém, consta o nome de uma que não é alvo da operação da PF, não tem o nome citado nos autos do processo na Justiça e não sofreu nenhuma sanção por parte do governo --pelo menos até agora.
Trata-se da Indústria e Comércio de Carnes Frigosantos Ltda. A empresa tem sede em Campo Magro (PR). De acordo com a Justiça Federal do Paraná, "não houve nenhuma menção desta empresa na decisão de deflagração do evento 43 [que desencadeou a operação e autorizou as buscas e prisões], nem mesmo nas representações da autoridade policial".
O juiz responsável pelo caso, Marcos Josegrei, da 14ª Vara Federal de Curitiba, negou o acesso da defesa da Frigosantos aos autos do processo porque eles simplesmente não fazem parte dele.
Na decisão, o juiz aconselha a Frigosantos a procurar o Ministério da Agricultura para que explique por que o nome da empresa entrou na lista. Foi o que a empresa fez, em ofício ainda sem resposta enviado para o órgão.
"Estamos completamente no escuro"
"Estamos completamente no escuro, apanhando sem saber por quê", afirma o advogado João Francisco Monteiro Sampaio, que representa o frigorífico.
"Já fomos na superintendência da PF aqui em Curitiba para nos colocarmos à disposição das autoridades para colaborar, mas lá também falaram que a empresa não é investigada", diz Sampaio. "O prejuízo é enorme, um dos maiores clientes suspendeu as compras até que a situação seja esclarecida."
Quando divulgou a lista, o ministério havia dito que as empresas relacionadas eram as investigadas pela PF na Operação Carne Fraca. Lá, diz que as irregularidades atribuídas à empresa estão em apuração, sem maiores detalhes. A empresa também não consta na lista de cerca de 70 das que tiveram o nome relacionado de alguma forma com a investigação na Justiça Federal.
O UOL procurou o Ministério da Agricultura para explicar o motivo do frigorífico ter entrado na lista de investigadas da Carne Fraca, e se a empresa é alvo de algum outro procedimento administrativo ou da polícia. A assessoria do órgão disse que estava apurando o ocorrido. Porém, até a publicação desta reportagem não houve resposta.
A Superintendência da Polícia Federal em Curitiba também foi procurada, por meio de sua assessoria de imprensa, e não respondeu.
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