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Precisa de bico para ganhar dinheiro extra? Apps ajudam a arranjar cliente

Getty Images/iStockphoto/StockFinland
Imagem: Getty Images/iStockphoto/StockFinland

Afonso Ferreira

Do UOL, em São Paulo

23/08/2017 04h00

Quer ganhar um dinheiro a mais no fim do mês, mas não sabe como? A saída pode ser fazendo bicos nas horas vagas. Quem tem habilidade pode conseguir uma renda extra fazendo reparos domésticos, cuidando de plantas e animais de estimação ou desenvolvendo programas de computador.

Mas como atrair interessados em seu trabalho extra? Uma possibilidade é usar sites e aplicativos para oferecer serviços. Essas plataformas fazem a ponte entre o prestador e pessoas interessadas em contratá-los. Algumas delas cobram mensalidade ou uma porcentagem sobre o valor do serviço.

Veja alguns dos principais sites e aplicativos para oferecer seu trabalho:

  • Bicos.com: A plataforma tem planos grátis e pagos (R$ 19,90 por mês). Se optar por pagar, o prestador terá a vantagem de aparecer na frente quando o cliente faz uma busca por serviços. A negociação de preço é feita diretamente entre as partes, por chat ou telefone, sem cobrança de taxa ou intermediação por parte da empresa.
  • Freelancer.com: A plataforma é voltada, principalmente, para áreas como desenvolvimento de software, escrita, design, contabilidade e serviços jurídicos. O cadastro de prestadores é grátis, mas a empresa cobra uma taxa de até 10% sobre o valor do serviço. Na plataforma, o cliente publica detalhes do serviço e os prestadores enviam o orçamento.
  • Getninjas: Ao se cadastrar, o prestador precisa comprar um pacote de créditos, com preços entre R$ 49 (300 créditos) e R$ 499 (3.300 créditos). Quando um cliente solicita um serviço, a plataforma direciona o pedido para os prestadores com o perfil desejado. Quem tiver interesse pode utilizar os créditos para “comprar” o pedido. A partir daí, são disponibilizados os contatos do cliente, e a negociação passa a ser entre as duas partes. A empresa não cobra taxa sobre o valor do serviço prestado.
  • Helpie: O aplicativo cobra do prestador um percentual de 12% a 15% sobre o valor do serviço, dependendo do plano escolhido ao se cadastrar. Em vez de receber o dinheiro em uma conta bancária, o prestador ganha um cartão de crédito –bandeira Mastercard– e todo o valor dos serviços é transferido para o saldo desse cartão.
  • Workana: A empresa oferece planos grátis e pagos, que variam de R$ 15 a R$ 80 por mês, dependendo dos benefícios. Quem paga tem a possibilidade de sacar o valor dos serviços a qualquer momento, enquanto no plano grátis só é possível um saque por mês. Além disso, quem paga recebe duas notificações a mais por e-mail, pode adicionar mais habilidades ao perfil e aparece com maior destaque nas buscas feitas pelos usuários.

Mais indicado para cidades grandes

Usar sites e aplicativos para divulgar bicos pode funcionar, principalmente, em grandes cidades, segundo a consultora em desenvolvimento de carreiras Joseane Freitas.

Nesses casos, o prestador consegue ter maior alcance e mais pessoas terão a chance de conhecer o que ele faz

No entanto, em cidades de menor porte, essas ferramentas podem não ser tão eficazes. “No interior, ainda é muito mais importante o relacionamento pessoal. As pessoas confiam mais em quem elas conhecem”, diz a especialista.

Imagem pode ficar suja

Da mesma forma que essas ferramentas ajudam a atrair clientes, elas também podem sujar a imagem de um prestador de serviços, de acordo com a coaching e orientadora profissional Andrea Deis. Segundo ela, quem não entrega o que promete pode receber críticas ou avaliações negativas e até parar em sites de reclamação.

Ninguém vai querer contratar um profissional cheio de reclamações

Por isso, segundo Deis, é preciso testar o serviço antes e só anunciar nessas plataformas quando tiver certeza de que consegue dar conta do recado.

Para a especialista, antes de tudo, os bicos devem ser oferecidos dentro do círculo pessoal, entre amigos e familiares. “Faça um cartão de visita e comece a perguntar para essas pessoas se elas precisam ou se conhecem alguém que precisa dos seus serviços”, afirma.

Essa fase de testes é importante para que o prestador possa se ajustar e melhorar a qualidade do serviço, já que ele tem maior liberdade e intimidade com as pessoas de seu círculo, diz Deis. “É uma espécie de piloto para os próximos bicos.”

Redes sociais também ajudam

Outra forma de oferecer serviços, mas sem taxas ou mensalidades, é por meio das redes sociais. Segundo Deis, o Facebook, o LinkedIn e outras redes também têm um grande alcance, por isso precisam dos mesmos cuidados.

Muita gente ‘se queima’ porque não se planeja e não entrega o que promete. Ir para as redes sociais seria um segundo passo, depois da fase de testes

Para a consultora Joseane Freitas, mesmo que a pessoa esteja fazendo um bico, é importante ela ter comprometimento e disciplina. De acordo com a especialista, deve-se dedicar um período do dia –ou até mais– para fazer publicações nas redes e tentar atrair novos clientes.

Além disso, o prestador precisa ter organização para que a atividade extra seja realmente rentável. “Quem faz bolos, por exemplo, precisa separar um tempo para ir ao mercado, fazer uma lista de compras e calcular todos os custos para ver o quanto vai cobrar para ter lucro”, diz Freitas. “Querendo ou não, precisa ter um planejamento, mesmo que seja básico.”