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Juros do rotativo do cartão caem em setembro e vão a 332,4% ao ano

Do UOL, em São Paulo

27/10/2017 11h05

Os juros do rotativo do cartão de crédito tiveram uma forte queda em setembro em relação aos registrados no mesmo mês do ano passado: em média, eles caíram de 491,3% ao ano para 332,4% ao ano. 

A taxa também caiu em relação a agosto deste ano, quando estava em 397,5% ao ano. Apesar da queda, os valores ainda são altos e fazer dívidas no cartão é um hábito que deve ser evitado, segundo especialistas. 

Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Banco Central.

Para quem pagou pelo menos o valor mínimo da fatura, os juros do rotativo caíram de 467,7% ao ano em setembro de 2016 para 227,5% ao ano no mesmo mês de 2017. E para quem não pagou nem o valor mínimo sugerido, os juros caíram de 506,9% ao ano para 399,4% ao ano.

Em agosto, a taxa do rotativo para quem pagou o mínimo era de 221,4% ao ano e de 506,2% ao ano para quem não pagou nem o mínimo. 

A taxa de juros do rotativo é cobrada quando o consumidor não paga o valor total da fatura do cartão e empurra a dívida para frente. 

Veja como ficaram os juros em setembro, segundo o BC:

Rotativo do cartão de crédito

  • Para quem pagou o valor mínimo da fatura: 227,5% ao ano
  • alta de 6,1 pontos na comparação com agosto (221,4%);
  • queda de 240,2 pontos em relação a setembro de 2016 (467,7%).
     
  • Para quem não pagou nem o valor mínimo da fatura: 399,4% ao ano
  • queda de 106,8 pontos na comparação com agosto (506,2%);
  • queda de 107,5 pontos em relação a setembro de 2016 (506,9%).
     
  • Média (considera as duas opções acima): 332,4% ao ano
  • queda de 65,1 pontos na comparação com agosto (397,5%);
  • queda de 158,9 pontos em relação a setembro de 2016 (491,3%).
     
  • Parcelamento da fatura do cartão de crédito: 165,2% ao ano
  • alta de 4,2 ponto na comparação com agosto (161%);
  • alta de 10,3 pontos em relação a setembro de 2016 (154,9%).

Novas regras do cartão de crédito

Desde 3 de abril, o consumidor só pode usar o rotativo do cartão por, no máximo, 30 dias. Após esse período, o banco deve apresentar uma proposta mais vantajosa para o cliente, como o crédito parcelado, no qual você define o número de prestações na hora da aquisição. Nesse caso, os juros são mais baixos que no rotativo, mas ainda assim altos.

Antes, se o consumidor não pagava o valor total da fatura do cartão de crédito, a dívida era jogada para o mês seguinte, por meio do chamado crédito rotativo. Isso acontecia mês a mês, sucessivamente, com a cobrança de juros sobre juros, transformando a dívida numa bola de neve.

Esses são números médios e podem variar para cada situação específica, porque os bancos oferecem taxas diferentes de acordo com o plano contratado pelo cliente e a relação entre eles (quem tem mais dinheiro no banco paga menos taxas).

Confira a variação das modalidades de crédito:

  • Rotativo do cartão de crédito: de 397,5% ao ano em agosto para 332,4% ao ano em setembro;
  • Cartão de crédito parcelado: de 161% ao ano em agosto para 165,2% ao ano em setembro;
  • Cheque especial: de 317,3% ao ano em agosto para 321,3% ao ano em setembro;
  • Crédito pessoal não-consignado: de 130,4% ao ano em agosto para 127,3% ao ano em setembro;
  • Crédito pessoal consignado: de 27,2% ao ano em agosto para 27% ao ano em setembro;
  • Compra de veículos: de 23,2% ao ano em agosto para 23% ao ano em setembro;
  • Financiamento imobiliário: de 8,6% ao ano em agosto para 8,5% ao ano em setembro.

Taxa básica de juros

Na última quarta-feira (25), o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu cortar a taxa básica de juros (Selic) em 0,75 ponto percentual, de 8,25% para 7,5% ao ano. Com isso, a poupança continua rendendo menos (veja mais abaixo), mas mesmo assim supera o ganho de alguns fundos de renda fixa. 

Esse foi o 9º corte seguido da Selic, que vem caindo desde outubro do ano passado. Com isso, a taxa de juros iguala seu segundo menor nível na história, atingido entre abril e maio de 2013.

A Selic é a taxa básica da economia e serve de referência para outras taxas de juros (financiamentos) e para remunerar investimentos corrigidos por ela. Ela não representa exatamente os juros cobrados dos consumidores, que são muito mais altos.