'Operação' leva 27 mil bezerros vivos do interior paulista até a Turquia
Primeiro, eles farão uma viagem de carreta por cerca de 500 quilômetros, de Altinópolis e de Sabino, no interior paulista, até o porto de Santos (SP). De lá, serão mais 15 dias em um navio até chegar ao porto de Iskenderun, no mar Mediterrâneo. Ao todo, são 27 mil bezerros de até 450 quilos que serão exportados, vivos, para a Turquia.
O transporte do interior paulista até o litoral deve ser feito em 300 viagens de carreta, com 90 animais em cada uma, até segunda-feira (4) pelo sistema Anchieta Imigrantes. Descarregados um a um, os bezerros são conduzidos a bordo por corredores estreitos, com proteções laterais, pelos quais os animas só tem a opção de entrada. Não conseguem retornar.
Embarque planejado há seis meses
O embarque no porto de Santos vem sendo planejado há seis meses. Há 17 anos não havia por ali uma operação com carga viva, ou seja, o embarque ou desembarque de animais vivos. A última havia sido uma importação de 647 avestruzes, que vieram da Espanha.
A parte marítima da viagem será no navio Nada, o maior em atividade no setor, com 200 metros de comprimento por 32 metros de largura, e área total de 29 mil metros quadrados. Normalmente usada para transportar contêineres, a embarcação foi adaptada. Os animais ficarão divididos em 12 deques com altura equivalente a um prédio de 12 andares. A bordo, eles ficarão em pequenos currais, com acesso a água e ração. A capacidade é para 30 mil animais.
Temos comida, temos água, temos veterinários, vaqueiros, Temos uma tripulação de 84 pessoas.
Imad Itani, disse o representante do navio
A captação dos dejetos e o tratamento seguem padrões da navegação e serão desembarcados no porto de destino, afirma Itani.
O clima ameno e o controle dos embarques ajudam a evitar estresse nos animais, e não há casos de animais caídos ou pisoteados, como pode acontecer quando há maus tratos, calor excessivo ou falta de água e ração durante o transporte, segundo os responsáveis pela operação.
Por que exportar animais vivos?
Além de atender a necessidades alimentares, a importação e exportação de gado vivo envolve valores e costumes locais, assim como técnicas de engorda e abate. Culturas diferentes têm, por exemplo, métodos diferentes para abater o animal para consumo. Em alguns lugares utiliza-se o choque. Em outros, os animais são golpeados.
Segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, em agosto o Brasil exportou 54,7 mil cabeças de bovinos vivos, gerando um faturamento de US$ 39,12 milhões. Até o ano que vem, somente a Turquia deve importar 100 mil cabeças.
É este mercado que o porto de Santos está disputando. A operação no cais santista será avaliada e, dependendo do resultado, deve passar a ser feita com frequência. Significa que além de conviver com contêineres, automóveis e produtos como soja, café, milho e açúcar, será comum ver animais por ali.
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