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Países reagiram à crise de 2008 injetando dinheiro em bancos e empresas

George W. Bush discursa em reunião do G20, em novembro de 2008, para discutir a crise - Stephen Jaffe/AFP
George W. Bush discursa em reunião do G20, em novembro de 2008, para discutir a crise Imagem: Stephen Jaffe/AFP

Do UOL, em São Paulo

15/09/2018 04h00

No dia seguinte à quebra do banco de investimentos Lehman Brothers, há dez anos, o governo dos Estados Unidos reagiu à repercussão negativa e salvou, por US$ 85 bilhões, a gigante de seguros AIG.

O resgate sinalizava em que direção caminhariam os governos no mundo todo para tentar estancar a crise. 

Nos Estados Unidos, o então presidente George W. Bush socorreu o sistema bancário assinando um pacote de US$ 700 bilhões, o Tarp (Programa de Alívio de Ativo Problemático, na sigla em inglês), aprovado pelo Congresso sob forte resistência.

O governo também resgatou empresas que passavam por dificuldades. As fabricantes de veículos General Motors (GM) e Chrysler, por exemplo, receberam cerca de US$ 62,5 bilhões, no total.

Os recursos foram usados para manter essas empresas funcionando e tornavam os EUA donos de fatias delas. Ao longo dos anos, conforme as companhias iam se recuperando, o governo recebia de volta seu dinheiro. 

No caso da AIG, os EUA tiveram que injetar mais recursos depois dos US$ 85 bilhões. No total, foram US$ 182 bilhões para salvar a companhia. Quando a devolução do dinheiro terminou, em 2012, o governo vendeu suas ações da seguradora.

No resgate, a GM recebeu US$ 50 bilhões em dinheiro público. A devolução terminou em 2013, e os EUA venderam sua fatia na montadora naquele ano.

Já a Chrysler completou o pagamento de US$ 12,5 bilhões ao governo norte-americano em 2011. Pouco depois, a Fiat comprou as ações que o governo tinha na empresa. 

G20 e zona do euro

Reunidos às pressas em novembro de 2008 para discutir soluções para a crise, líderes do G20, as 20 maiores economias do mundo, decidiram destinar US$ 1,1 trilhão para ajudar países emergentes.

A zona do euro tomou ações parecidas com as dos EUA, formulando um plano de 200 bilhões de euros para salvar o sistema bancário.

Os problemas no continente europeu se agravariam nos anos seguintes, com países como Portugal, Espanha e Grécia recorrendo a empréstimos bilionários da União Europeia e do FMI (Fundo Monetários Internacional) para não quebrar.