Chefe do BC desconversa sobre Bolsonaro: 'Brasil precisa de atores neutros'
O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, recusou-se a comentar sobre um possível convite da equipe do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) para permanecer no cargo caso o deputado seja eleito. Segundo ele, a autoridade monetária é uma instituição de Estado, sem viés político e que deve se manter neutra em questões eleitorais.
"O Brasil precisa de atores neutros, de instituições que vão fazer o que tem que fazer independentemente do que vem pela frente. Responder a essa pergunta nos tira dessa linha", afirmou, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (27) para divulgar o Relatório Trimestral de Inflação do BC.
Segundo reportagem publicada na quarta-feira (26) pela "Folha", o economista Paulo Guedes, assessor de Bolsonaro, quer manter Goldfajn no BC em caso de vitória do candidato.
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Goldfajn afirmou ter participado de reuniões com assessores econômicos de todos os candidatos à Presidência da República. Disse que os encontros fazem parte do processo de transição e que não houve pedidos para continuidade de políticas adotadas pelo governo Michel Temer.
"Não houve nenhum compromisso dos assessores com a continuidade da Agenda BC+, que é uma pauta que consideramos importante. Vamos subsidiar todos que nos procurarem e nos questionarem sobre essa agenda."
O presidente do BC também afirmou que não comentaria os projetos econômicos apresentados pelos candidatos em entrevistas ou nos programas de governo. "Não vou manifestar minha posição sobre nenhuma proposta. Há discussões em vários locais, não preciso entrar nesse debate."
Apesar de fugir dos questionamentos políticos, Goldfajn disse acreditar que após as eleições o Congresso Nacional poderá votar propostas como o cadastro positivo e a criação da duplicata eletrônica.
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