Guardia: Sem reforma, a pergunta será 'que impostos nós vamos aumentar'
O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, voltou a defender a reforma da Previdência nesta terça-feira (11), em entrevista à rádio CBN. Segundo ele, o país precisará aumentar impostos caso as mudanças não sejam aprovadas.
"O cenário com reforma é o cenário de um país que vai crescer mais, crescer de forma sustentável, com juros baixos, com inflação baixa, em benefício de toda a população. Sem a reforma, a pergunta será 'que impostos nós vamos aumentar para resolver o problema fiscal?'", afirmou.
Uma proposta fatiada, no entanto, não seria suficiente, de acordo com o ministro. "O meu entendimento é que o fatiamento da reforma não permite resolver o problema que nós temos que enfrentar. O problema precisa de uma reforma, no meu entendimento, muito semelhante, se não a mesma, com aquela que está no Congresso Nacional."
Na segunda-feira (10), o ministro da Transição e futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), disse que ainda não está decidido se a proposta da reforma da Previdência do novo governo será enviada ao Congresso de maneira fatiada ou integral. O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) havia afirmado, na semana passada, que as regras da aposentadoria podem ser modificadas aos poucos, sinalizando que a prioridade seria a determinação de uma idade mínima para solicitar o benefício.
Teto de gastos
Na última sexta-feira (7), o ministério da Fazenda divulgou o relatório "Teto de gastos: o gradual ajuste para o crescimento do país", no qual recomendou a manutenção do limite de despesas ao próximo governo.
"O teto do gasto é o que vai permitir que a gente possa fazer o ajuste fiscal no tempo, sem recorrer a aumento de impostos", disse Guardia à CBN.
Além da necessidade de cortar despesas, o ministro destacou que há "distorções do ponto de vista da estrutura tributária brasileira" e sugeriu a revisão dos benefícios fiscais dados a alguns setores nos últimos anos.
"Para corrigir os problemas tributários, em alguns momentos nós vamos ter que abrir mão de receita, e isso tem que ser compensado com aumento de impostos em algumas áreas. Nós não queremos aumentar o nível de tributação, mas para fazer essa correção da carga tributária, nós temos que redistribuí-la. Redistribuir significa que todos tenham uma carga semelhante, e hoje sabemos que alguns setores estão com uma carga abaixo do que deveria ser".
(Com Estadão Conteúdo)
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