Bolsonaro reafirma intenção de fatiar Previdência e defende idade mínima
O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), reafirmou nesta quarta-feira (5) a intenção de se fatiar o envio da reforma da Previdência para o Congresso Nacional começando pela idade mínima nos primeiros seis meses de governo. Ele toma posse em 1º de janeiro de 2019.
“O que mais interessa no primeiro momento é a idade mínima, então vamos começar com essa ideia. Pode mudar até lá. Isso não quer dizer que houve recuo. É sinal de que houve mais negociação, mas a ideia é começarmos pela idade e, depois, apresentar outras propostas", disse.
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Segundo ele, a intenção é votar a Previdência "o mais rápido possível". "No primeiro mês é impossível. Nos primeiros seis meses, com toda certeza, o Congresso começará a votar essas propostas”, declarou.
O presidente eleito abriu a possibilidade de isso ser feito por meio da atual proposta de reforma da Previdência que já tramita no Congresso, apresentada pelo governo Temer. O projeto atual fala em 65 anos de idade mínima para aposentaria de homens e 62 para mulheres.
Apoio para aprovar reformas
Em reuniões com bancadas partidárias nesta terça (4), a serem continuadas nesta quarta, Bolsonaro vem pedindo o apoio dos deputados federais para a aprovação de reformas econômicas sob o risco de o país ficar em situação fiscal negativa equivalente à vivida pela Grécia nos anos recentes.
Antes de enviar a proposta previdenciária fatiada ao Congresso, Bolsonaro falou que conversará com líderes partidários a fim de que o texto não sofra grandes modificações em comissões e sessões de votação, sem a possibilidade de troca de interesses.
“Não tenho ascendência sobre o parlamento. Nós sabemos que tem parlamentar que gostaria que, não todos, que a forma de fazer política fosse a anterior. Nós respeitamos o parlamento, mas não pretendemos avançar nessa direção”, disse Bolsonaro.
Reforma tributária: ‘Boa pergunta ao Paulo Guedes’
Questionado se pretende mudar a proposta de reforma tributária em tramitação na Câmara dos Deputados, Bolsonaro respondeu ser uma “boa pergunta para se fazer ao Paulo Guedes, nosso posto Ipiranga”.
Citando a imprensa, o presidente eleito disse ser preciso um doutorado para entender o “emaranhado da legislação” voltada à área e ressaltou que quem “mergulhou o país nesse caos econômico foram os economistas da época”, e não ele próprio, capitão da reserva do Exército.
Legislação trabalhista
Quanto à reforma trabalhista, reforçou querer mudar "o que for possível" sem mexer no artigo sétimo da Constituição. Ele disse haver “direitos demais e empregos de menos”, sendo necessário um equilíbrio e “certo alívio” ao empregador.
“Repito o que falei ontem: é difícil ser patrão no Brasil. Eu, por alguns momentos da minha vida, pensei em abrir uma pequena empresa e, quando vi toda a burocracia, e caso desse errado esse negócio meu quanto me custaria, desisti de abrir essa empresa."
(Com Reuters)
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