Previdência: Idade inicial, capitalização e transição ainda são dúvidas
O governo anunciou que a idade mínima para a aposentadoria será de 62 anos para mulheres e 65 para homens, patamares que seriam atingidos após 12 anos. Até o momento, essa foi a única informação concreta sobre a reforma da Previdência divulgada publicamente.
A proposta deve sair oficialmente na quarta-feira (20). Até lá, há dúvidas sobre diversos pontos da reforma, como quais serão as idades mínimas iniciais e as regras de transição, qual será o tempo mínimo de contribuição e se haverá um sistema de capitalização. Também não se sabe se o governo vai propor mudanças nas aposentadorias especiais e nos benefícios a idosos e deficientes, por exemplo.
Veja abaixo o que se sabe até agora e o que falta ser definido.
Regra de transição
O trabalhador que vai se aposentar por tempo de contribuição poderá escolher entre três opções durante o período de transição, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. As informações não são oficiais.
Opção 1: Idade mínima
A idade mínima começaria aos 56 (mulheres) e 60 anos (homens). A cada ano, a idade subiria seis meses, até atingir os 62 (mulheres) e 65 anos (homens). O tempo mínimo de contribuição seria de 20 anos.
Opção 2: Tempo de contribuição e pedágio
Daria para se aposentar com 30 anos de contribuição (mulheres) e 35 anos (homens), com o pagamento de um pedágio de 50% sobre o tempo que falta para se aposentar. Só valeria para quem estiver a dois anos da aposentadoria quando a proposta for aprovada. O fator previdenciário, que reduz o benefício de quem se aposenta mais cedo, continuaria sendo aplicado.
Opção 3: Sistema de pontos
O sistema somaria idade e tempo de contribuição, começando com 86 pontos para mulheres e 96 pontos para homens. Haveria alta de um ponto a cada ano até chegar a 100 pontos (mulheres) e 105 pontos (homens), de acordo com O Estado de S. Paulo. Outro jornal, O Globo, diz que os pontos máximos para as mulheres seriam mais baixos, de 95.
Professor, policial e trabalhador rural
A idade mínima para a aposentadoria dessas categorias seria a mesma para homens e mulheres, segundo o jornal O Globo. Professores e trabalhadores rurais se aposentariam aos 60 anos, e policiais federais e civis, aos 55.
Policiais militares e bombeiros dos estados não teriam uma idade mínima, mas seriam afetados pela reforma em um segundo momento, quando o governo enviar um projeto alterando o sistema previdenciário das Forças Armadas.
O site Congresso em Foco diz que o tempo mínimo de contribuição exigido dos militares na ativa, antes de passarem à reserva, subiria de 30 para 35 anos.
Servidores públicos
Segundo a Folha de São Paulo, servidores públicos estarão sujeitos à mesma idade mínima do setor privado (65 anos para homens e 62 anos para mulheres).
O Congresso em Foco diz que subiria a alíquota de contribuição previdenciária paga pelos servidores públicos, de 11% para 14% da remuneração bruta.
Benefício a idoso e deficiente
O pagamento do BPC (Benefício de Prestação Continuada) também mudaria, segundo O Estado de S. Paulo. Hoje, podem recebê-lo deficientes e idosos a partir de 65 anos de baixa renda.
Com a reforma, a idade de partida para receber o benefício cairia para 55 anos, com o pagamento de R$ 500. Aos 65 anos, o valor iria para R$ 750. Pessoas com deficiência teriam um benefício maior, de R$ 1.000, independentemente da idade.
O jornal O Globo diz que, a partir de 70 anos, o benefício subiria para um salário mínimo.
Já o jornal paulista afirma que o BPC seria desvinculado do salário mínimo. Na prática, isso permitiria que o benefício fosse inferior ao salário mínimo e deixasse de ser reajustado por ele.
Também falta definir
- Sistema de capitalização
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse várias vezes que é a favor do regime de capitalização e que pretendia incluí-lo na reforma. Mas ainda não há confirmação sobre a questão.
- Tempo mínimo de contribuição
O governo definiu a idade mínima para aposentadorias, mas não disse qual será o tempo mínimo de contribuição. Não dá para saber, portanto, por quanto tempo os trabalhadores terão que contribuir para receber 100% da aposentadoria, sem descontos.
- Regra de cálculo
Não se sabe como serão calculadas as aposentadorias. A minuta vazada à imprensa na semana passada trazia a possibilidade de utilizar todas as contribuições feitas desde julho de 1994. Hoje, o INSS descarta os 20% menores salários de contribuição.
- Pensão por morte
Não há detalhes sobre como ficará a pensão por morte. Não se sabe, por exemplo, se será estabelecido o sistema de cotas, como previsto na minuta vazada da reforma.
- Atividade prejudicial à saúde
Não há detalhes sobre como ficará a aposentadoria para segurados que trabalham em atividade prejudicial à saúde. A proposta vazada previa uma idade mínima também para esses trabalhadores, de acordo com a profissão exercida.
- Abono do PIS
Na minuta vazada, o governo previa mudar a regra de pagamento do abono do PIS/Pasep para quem ganha até um salário mínimo. Hoje, pode requerer o benefício quem ganha até dois salários mínimos. A mudança não foi confirmada pelo governo.
- Desvinculação do salário mínimo
Não se sabe se as aposentadorias e pensões do INSS continuarão usando como referência o salário mínimo.
- Aposentadoria de políticos
Não há informações oficiais sobre como ficará a aposentadoria de políticos.
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