Como 3 brasileiras entraram na lista das lojas mais poderosas do mundo
Três empresas brasileiras estão no ranking das 250 varejistas mais poderosas do mundo: Lojas Americanas (178ª posição), Raia Drogasil (223ª) e Magazine Luiza (249ª). É o maior número de empresas nacionais na lista. Até então, só as Americanas haviam figurado no ranking, onde estão desde 2013.
"Fazer parte das 250 maiores varejistas do mundo não é pouca coisa. Trata-se de um grupo seleto que permite atrair os olhos de quem está dentro e fora do Brasil", disse Reynaldo Saad, sócio-líder da Indústria de Consumer da consultoria Deloitte, responsável pela pesquisa "Os Poderosos do Varejo Global 2019" (veja o ranking completo, em inglês). A primeira na lista é a americana Walmart.
Como elas conseguiram entrar nesse grupo?
- Readaptaram seus planos de negócio
- Entenderam as mudanças no mundo e no Brasil
- Observaram os novos padrões de consumo
- Foram criativos no mundo digital
- Fortaleceram as vendas online
- Não deixaram de lado as lojas físicas, que continuam sendo a base do negócio
Para Saad, as três brasileiras entenderam as mudanças que vêm ocorrendo no mundo e ainda tiveram uma visão de negócio no momento em que o Brasil enfrentou um longo período de recessão. Entre julho de 2017 e junho de 2018 (ano fiscal no exterior), alcançaram forte crescimento.
App de vendas, transporte e comida
Segundo ele, o Magazine Luiza fez a mais bem-sucedida mudança no mundo digital, sem esquecer as vendas nas lojas físicas. No ano passado, as vendas totais cresceram 30,1%, para R$ 15,6 bilhões.
As vendas pela internet saltaram 57,4%, mais de quatro vezes a média do mercado em geral (de 13,4%). As vendas online do Magazine Luiza correspondem a 37,7% das vendas totais da companhia.
O maior destaque foi o aplicativo, um dos mais bem-sucedidos no setor de compras do Brasil, com 26 milhões de downloads e uma participação de cerca de 40% nos pedidos online da companhia. "O Magazine Luiza foi vanguardista nisso", disse Saad.
Ao anunciar seu balanço de 2018, a companhia informou que está trabalhando para ter um "super app": um ambiente digital no qual o cliente poderá fazer compras, pagar contas, recarregar o celular, contar com serviços de transporte, comida, jogos e relacionamento com os amigos nas redes sociais, segundo a empresa.
Comprar remédio online e retirar na farmácia
A RD (ex-Raia Drogasil) ampliou o número de lojas e tentou se aproximar mais do consumidor, melhorando a oferta de produtos.
Eugênio De Zagottis, vice-presidente de Relações com Investidores e Planejamento da RD, disse que o crescimento da empresa nos últimos anos tem sido "histórico e acelerado". No ano passado, a companhia abriu 240 lojas, 70 delas em São Paulo. Este ano, a previsão é abrir outras 240.
"Essa expansão agressiva veio acompanhada de um processo de digitalização das lojas. Hoje, o cliente pode comprar online e retirar o produto na loja", disse Zagottis.
Ao todo, são 1.849 unidades em 22 estados. Em 26 de fevereiro, a empresa anunciou a compra da rede de farmácias Onofre, que ainda precisa ser aprovada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
Pesquisas e análise de dados para conhecer cliente
As Lojas Americanas, que estão no ranking desde 2013, investiram nos últimos anos em expansão de lojas, inovações tecnológicas e eficiência operacional.
Carlos Padilha, diretor-financeiro e de relações com os investidores da rede, disse que uma das iniciativas foram ações pela internet para conhecer melhor o cliente, ampliando o uso de analytics e big data (estudo e análise de grandes volumes de dados).
"Aperfeiçoamos processos e continuamos investindo no modelo de lojas de conveniência", disse. A empresa também diz que diversificou sua oferta de marcas próprias, produtos e serviços.
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