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Juros baixos dependem de reformas para ajustar contas, diz ex-chefe do BC

Ilan Goldfajn, ex-presidente do Banco Central - Gabriela Bilá/Estadão Conteúdo/AE
Ilan Goldfajn, ex-presidente do Banco Central Imagem: Gabriela Bilá/Estadão Conteúdo/AE

Antonio Temóteo

Do UOL, em Brasília

13/03/2019 16h06

O ex-presidente do BC (Banco Central) Ilan Goldfajn afirmou hoje durante a cerimônia de transmissão de cargo que a manutenção dos juros baixos nos próximos anos dependerá da aprovação de reformas para ajustar as contas públicas. Ilan foi substituído no comando do BC por Roberto Campos Neto, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro.

"Essa redução [de juros] ocorreu de forma sustentável, evidenciado pelo fato de os juros de mercado para os próximos anos indicarem confiança que podemos ter um patamar mais baixo de juros de forma estrutural no futuro, dependendo da aprovação das reformas e ajustes", disse.

Ilan também defendeu que o governo Jair Bolsonaro deve trabalhar para aprovar a autonomia do BC no Congresso Nacional. "É necessário tornar a atual autonomia de facto (na prática) em uma autonomia de jure (pela lei). Seria um passo natural e contribuiria para reduzir o risco Brasil e elevar o crescimento de forma sustentável", disse.

Política econômica defendida pelo governo é correta, diz Ilan

O ex-presidente do BC também elogiou os anúncios do ministro da Economia, Paulo Guedes, de reforma da Previdência e de um novo pacto federativo.

"Na política econômica, considero que as políticas anunciadas e os esforços atuais têm a direção correta. O governo está imbuído do propósito de levar à frente reformas estruturais importantes para colocar as nossas contas públicas em ordem e melhorar o ambiente de negócios em nosso país", disse.

A eficiência da política monetária do BC será tanto maior quanto mais bem-sucedidos forem esses esforços na implantação de reformas e na recuperação fiscal.