Lucro da Vale cresce 24,6% em 2018, para R$ 25,6 bilhões
A mineradora Vale encerrou o ano passado com lucro líquido de US$ 6,86 bilhões (R$ 25,657 bilhões), um aumento de 24,6% sobre o ganho de US$ 5,507 bilhões apurado em 2017. No quarto trimestre, o lucro líquido foi de US$ 3,786 bilhões, 391% maior que o observado no mesmo período de 2017.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou US$ 4,467 bilhões no intervalo de outubro a dezembro, alta de 8,7% sobre o mesmo trimestre de 2017. No ano, o Ebitda ajustado alcançou US$ 16,593 bilhões, crescimento de 8,1%.
A receita líquida, por sua vez, chegou a US$ 9,813 bilhões no quarto trimestre do ano passado, crescimento de 7% na comparação anual. No acumulado de 2018, a receita da mineradora somou US$ 36,575 bilhões, aumento de 7,7% sobre a receita registrada em 2017.
Os investimentos da Vale no quarto trimestre somaram US$ 1,497 bilhão, alta de 53,22% em relação ao visto no mesmo período do ano anterior, de US$ 977 milhões. Em todo o ano passado, os investimentos atingiram US$ 3,784 bilhões, queda de 1,64% em relação ao visto em 2017, quando os aportes totalizaram US$ 3,874 bilhões.
Vale lista processos decorrentes de Brumadinho
O resultado da Vale em 2018 não inclui os impactos decorrentes do rompimento de uma barragem da empresa em Brumadinho (MG), que ocorreu no começo de 2019.
A empresa informou, em seu relatório da administração, que o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) bloqueou valor aproximado de R$ 11 bilhões da companhia e a intimou a realizar depósito judicial de aproximadamente R$ 7,4 bilhões em cumprimento de ordens judiciais.
Além disso, o Ministério Público do Trabalho (MPT) determinou o bloqueio de R$ 1,6 bilhão para assegurar as indenizações aos empregados diretos e terceirizados que trabalhavam na mina do Córrego do Feijão; a manutenção do pagamento dos salários aos familiares de empregados desaparecidos até que seja constatado efetivamente o óbito ou a sobrevivência destes funcionários; e o pagamento das despesas de funeral, traslado de corpo e sepultamento de todos os seus empregados próprios e terceirizados que tenham falecido.
Além desses montantes, foram bloqueados mais de R$ 4 bilhões por outras comarcas das cidades que foram evacuadas no entorno da barragem. Neste sentido, a Vale informa ainda que segue parte em diversas outras investigações, "inclusive de natureza criminal, e processos administrativos e judiciais, que podem resultar em outros bloqueios de ativos e pagamentos de multas e indenizações".
Sobre as ações coletivas nos Estados Unidos, a companhia informa que a Vale e alguns de seus executivos foram indiciados como partes em pedidos de ação civil coletiva perante as cortes Federais de Nova York, ajuizada por detentores de American Depositary Receipts (ADRs) de emissão da Vale, com base na legislação federal americana sobre valores mobiliários (US Federal Securities Laws).
Os processos judiciais alegam que a Vale fez declarações falsas e enganosas ou deixou de fazer divulgações relativas aos riscos e perigos potenciais de um rompimento da barragem da mina do Córrego do Feijão. Os autores não especificaram um valor dos prejuízos alegados nessas ações.
(Com Estadão Conteúdo)
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