Demissão de Joaquim Levy do BNDES foi 'covardia sem precedentes', diz Maia
A forma como aconteceu a saída de Joaquim Levy da presidência do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) foi uma "covardia sem precedentes", afirmou Rodrigo Maia (DEM-RJ). Em evento promovido pelo canal BandNews na manhã desta segunda-feira (17), em São Paulo, o presidente da Câmara dos Deputados criticou o ministro da Economia, Paulo Guedes.
"Uma pena [o país] ter perdido um nome como o Joaquim Levy. Em especial, a forma como ele saiu foi uma covardia sem precedentes", declarou Maia. "Não digo nem do presidente [Jair Bolsonaro], digo de quem nomeou, que é o ministro da Economia [Paulo Guedes]."
Anteriormente, Maia havia dito ao jornal "O Estado de S. Paulo" que ficou "perplexo" com a forma como o ministro tratou o subordinado. Segundo Maia, era de responsabilidade de Guedes "garantir o equilíbrio dessas relações".
Levy anunciou que estava deixando o BNDES no domingo (16), um dia após Bolsonaro ter ameaçado publicamente demiti-lo caso não suspendesse a nomeação do advogado Marcos Barbosa Pinto do cargo de diretor de Mercado de Capitais do banco de fomento. O advogado, assim como o próprio Levy, ocupou cargos públicos durante governos petistas.
Crítica de Guedes uniu Congresso, diz Maia
Maia também afirmou que uma declaração de Guedes na sexta-feira (14), dizendo que os deputados cederam à pressão de servidores públicos no relatório da reforma da Previdência, gerou "uma boa crise" porque uniu o Congresso ao redor do tema.
"Ele está nos dando oportunidade de fazer a nossa [reforma]. Talvez ele não tenha pensado desse jeito, mas talvez tenha sido um bom passo", afirmou Maia. "A nossa proposta não é perfeita, mas a do governo também não era."
Para ele, a proposta que deverá ser votada "não é mais do governo", mas do Congresso e, por isso, pode ter apoio dos governadores do Nordeste, em sua maioria de oposição ao governo Bolsonaro. Maia deve se reunir com os governadores nesta semana.
O presidente da Câmara ainda alfinetou o projeto original de Guedes para a Previdência, em especial as propostas para BPC (Benefício de Prestação Continuada), pago a idosos e deficientes pobres, e para trabalhadores rurais.
"A proposta do governo tem coisas ruins. Depois de cinco anos de recessão, não se pode sugerir [o que foi sugerido] para idosos e trabalhadores rurais", declarou Maia, que também questionou o sistema de capitalização proposto. "Temos de encontrar o melhor sistema. O chileno, defendido pelo governo, não é."
No sistema de capitalização, o trabalhador poupa para a própria aposentadoria e só recebe o que juntou. É diferente do modelo atual, de repartição, no qual os trabalhadores na ativa pagam os benefícios dos aposentados.
Considerada a espinha dorsal do projeto de Guedes, a capitalização foi retirada da reforma pelo relator do texto na comissão especial, o deputado Samuel Moreira (PSDB-SP).
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