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Justiça retém passaporte do 'rei do bitcoin' e tenta de novo confiscar bens

Da esq. para a dir.: Claudio Oliveira, dono do grupo Bitcoin Banco, sua mulher, Lucinara, e o jornalista Amaury Jr. - Reprodução/Facebook
Da esq. para a dir.: Claudio Oliveira, dono do grupo Bitcoin Banco, sua mulher, Lucinara, e o jornalista Amaury Jr. Imagem: Reprodução/Facebook

Lucas Gabriel Marins

Colaboração para o UOL, em Curitiba

21/08/2019 15h35

O dono do Grupo Bitcoin Banco (GBB), Claudio Oliveira, conhecido como "rei do bitcoin", foi alvo de nova ação de sequestro de bens nesta quarta-feira (21). Foi a terceira vez que a Justiça tentou confiscar bens do empresário. Ele está envolvido em mais de cem processos judiciais, movidos por clientes que não conseguem sacar os recursos investidos nas empresas de Oliveira. Ontem, o empresário teve o passaporte retido.

A ação de hoje foi na chácara do empresário, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba (PR), após processo movido pelo advogado Gustavo Bonini Guedes, que representa clientes com cerca de R$ 13 milhões a receber da empresa. O valor total devido pelo grupo, segundo Guedes, gira em torno de R$ 70 milhões, mas não é possível saber o montante exato, porque muitos processos correm em segredo de Justiça.

Procurados pelo UOL, o empresário e o Bitcoin Banco não comentaram a ação. Em nota, a empresa informou que tem estado à disposição de seus clientes e da Justiça.

Na terça-feira (20), oficiais de Justiça foram a uma das casas do empresário, no bairro Campo Comprido, na capital paranaense, mas não o encontraram. No mesmo dia, a Polícia Militar do Paraná cumpriu mandado de busca e apreensão na sede da empresa, expedido pela 17ª Vara Cível da capital paranaense. A ação fez parte de um processo movido por duas clientes do banco, com valor de causa de R$ 1,45 milhão.

Passaporte retido pela Justiça

À tarde, ainda na terça-feira, a Justiça do Paraná reteve o passaporte de Oliveira. De acordo com um trecho da ação, ao qual o UOL teve acesso, a medida foi tomada "diante da informação de que o requerido se encontra com viagem internacional (para a Suíça) marcada".

O empresário e a empresa não se manifestaram sobre o confisco do passaporte. Em um grupo de mensagens, clientes relataram que um advogado do Banco Bitcoin informou que Oliveira deve ir ao exterior para uma "repatriação de recursos para uma possível solução da crise instalada".

Empresário promete resolver tudo

Na semana passada, quando ocorreu a primeira tentativa de sequestro de bens para pagamento das dívidas, Oliveira informou que pagaria parte do que deve nesta semana, o que não ocorreu, segundo o advogado Gustavo Bonini Guedes.

Desde o início dos problemas na plataforma, Oliveira tem-se pronunciado em grupos do WhatsApp e Telegram que reúnem clientes do banco. Ele afirmou que irá sanar todas as pendências.

Em um dos áudios, divulgado neste mês, o empresário afirmou que reconhece a situação e disse trabalhar para resolvê-la. Disse, ainda, que os problemas estão maiores por causa dos clientes que entraram na Justiça.

Crise da empresa começou em maio

A crise da empresa começou em maio, quando usuários começaram a ter problemas para sacar recursos investidos nas plataformas do Grupo Bitcoin Banco.

A empresa alega que foi vítima de uma ação criminosa e que, devido a uma brecha na plataforma de negociação de bitcoins, um grupo de clientes teria duplicado os saldos de suas contas e efetuado saques indevidos, de dinheiro que não existia. O golpe teria envolvido R$ 50 milhões.

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