Conheça aviões que a Embraer projetou, mas que não saíram do papel
Resumo da notícia
- Diversos modelos projetados pela Embraer não saíram do papel por falta de interesse ou de um possível comprador
- Muitos projetos abandonados serviram de aprendizado para novos aviões que voam até hoje
- Falta de dinheiro para desenvolver dois aviões ao mesmo tempo também levou alguns projetos a serem descontinuados
- Objetivo de grande parte dos projetos abandonados era alimentar a frota da Aeronáutica
Completando 50 anos em 2019, a Embraer tem em sua história diversos casos bem-sucedidos, como os aviões Praetor (jatos executivos) e KC-390 (avião multimissão). Mas a empresa também tem um histórico de aviões que prometiam ser inovadores, mas que, por diversos motivos, não saíram do papel.
Alguns, como é possível ver mais abaixo, não despertaram o interesse da Aeronáutica à época. Outros deixaram de ser desenvolvidos por falta de dinheiro. Há também casos em que problemas no projeto inviabilizaram sua continuidade.
Veja abaixo alguns desses aviões que não deixaram as pranchetas dos desenhistas da empresa e a razão para os projetos não terem ido adiante.
EMB-500 Amazonas
Finalidade: Transporte de carga ou passageiros, assalto (uso militar para o transporte de tropas, armamentos e viaturas), evacuação aeromédica ou patrulhamento.
Características: O avião teria capacidade para operar em locais com pouca infraestrutura, podendo levar até 41 passageiros. Sua velocidade máxima chegaria a 500 km/h.
Data: 1970
Por que não saiu do papel: O projeto chegou a ser enviado à Aeronáutica à época, mas nunca foi encomendado. O motivo é até hoje desconhecido.
Projeto CX
Finalidade: Evacuação aeromédica e transporte de carga, passageiros ou tropas de paraquedistas.
Características: Todos os modelos do projeto CX tinham a cabine pressurizada, ou seja, poderiam voar mais alto que outros tipos de aviões. Sua velocidade máxima seria de 450 km/h, e teria capacidade de pousar e decolar em um espaço de cerca de 500 metros, praticamente um quarto do tamanho da pista principal de Congonhas. Isso aumenta a quantidade de locais onde esses aviões poderiam pousar.
Data: 1974
Por que não saiu do papel: Após alterações no projeto, o Ministério da Aeronáutica à época abandonou a ideia.
EMB-330/A1
Finalidade: O A1 deveria ser um avião leve de combate, moldado para as necessidades da Aeronáutica. Poderia fazer interdição de outros aviões, prestar apoio aéreo, fazer reconhecimento, patrulha e ataque.
Características: Sua velocidade máxima seria de 840 km/h, e teria a capacidade de carregar dois canhões, bombas, metralhadoras e mísseis.
Data: 1974
Por que não saiu do papel: O avião não atendia a todas as necessidades estipuladas pelo Ministério da Aeronáutica na época.
AX-I
Finalidade: Basicamente, a mesma do EMB-330/A1 (leia acima).
Características: Com alterações no desenho do A1, o AX-I conseguiria atingir uma velocidade máxima de 870 km/h e aumentar o seu peso de decolagem, o que permitiria carregar mais armamentos.
Data aproximada: 1975
Por que não saiu do papel: Os estudos do avião não tiveram continuidade.
EMB-120 Araguaia
Finalidade: Ser um avião comercial e executivo, substituindo o Bandeirante (o primeiro avião da Embraer).
Características: Teria capacidade para transportar até 21 passageiros, com velocidade máxima de 530 km/h.
Data: Entre 1973 e 1975
Por que não saiu do papel: Uma escala em tamanho real do Araguaia chegou a ser produzida, com a qual foram realizados diversos testes. Mas, como os resultados ficaram abaixo do esperado, o projeto foi abandonado.
Curiosidade: A sigla EMB-120 foi reutilizada na década de 1980 para nomear o avião hoje conhecido como Brasília
EMB-123 Tapajós
Finalidade: Transporte de passageiros
Características: Trazia algumas semelhanças no design em comparação com o Araguaia, atingindo uma velocidade de cruzeiro de 565 km/h.
Data: Desconhecida
Por que não saiu do papel: O projeto tinha problema nas asas, o que afetava o controle do avião.
Projeto AX
Finalidade: Basicamente, a mesma do EMB-330/A1 (veja acima).
Características: O avião viria equipado com um único motor, seis tanques de combustível e asas que funcionariam como reservatório. A cabine de pilotagem seria blindada e pressurizada. O projeto ainda contava com dois canhões fixos, e a aeronave seria capaz de atingir uma velocidade máxima de 1.000 km/h.
Data: 1976
Por que não saiu do papel: O Ministério da Aeronáutica à época não encomendou nenhuma unidade do modelo.
Bandeirante Pressurizado
Finalidade: Transporte de passageiros.
Características: Seria reforçada para poder ser pressurizado e voar mais alto que outros aviões não pressurizados.
Data: 1978
Por que não saiu do papel: Devido aos reforços para comportar a pressurização, o peso da aeronave se tornou elevado, e o desempenho seria inferior.
EMB-110 P3
Finalidade: A mesma do Bandeirante.
Características: Seguiria o projeto original do Bandeirante pressurizado, mas, com alterações no projeto, acabaria comportando até 19 passageiros ao todo e teria um custo menor.
Data: 1980
Por que não saiu do papel: Por falta de recursos para desenvolver dois aviões ao mesmo tempo, a Embraer optou por continuar com o Brasília, que já estava em desenvolvimento naquele momento.
EMB-301
Finalidade: Suas funções seriam exclusivamente militares, como treinamento de formação de voo, tiro e acrobacia, além de operações de apoio, como reconhecimento e ataque.
Características: Poderia voar em altitudes mais elevadas que outros aviões similares, além de contar com seis tanques de combustível e motor a pistão.
Data: 1977
Por que não saiu do papel: O projeto não foi aprovado pelo Ministério da Aeronáutica à época.
EMB-311
Finalidade: Reconhecimento e ataque.
Características: O avião seria equipado com motor turboélice e assentos ejetáveis.
Data: 1977
Por que não saiu do papel: Esse projeto também não foi aprovado pelo Ministério da Aeronáutica à época. A melhora desse modelo resultou no EMB-312 Tucano, avião até hoje usado pela FAB (Força Aérea Brasileira)
EMB-125 e derivados
Finalidade: Transporte de passageiros, além de estudos para uma versão de transporte de carga e outra de patrulhamento marítimo.
Características: Evolução dos desenhos do EMB-120 Araguaia, teria capacidade para até 29 passageiros e velocidade máxima de cruzeiro de 505 km/h. A versão de carga contaria com portas mais amplas. Já a versão de patrulha teria radar de busca, maior capacidade de transporte de combustível, cozinha de bordo e área de descanso das equipes.
Data: 1978
Por que não saiu do papel: A Embraer já desenvolvia à época o EMB-120 Brasília e, na versão patrulha, o primeiro modelo do Bandeirante para esta finalidade já seria entregue pouco tempo depois à FAB, o que levou à desistência deste modelo.
EMB-123
Finalidade: Substituir o Bandeirante e competir com outros modelos de transporte aéreo disponíveis à época.
Características: Embora tivesse a mesma designação que o Tapajós, trazia várias diferenças em relação àquele modelo. Seria mais silencioso e com menor vibração, além de ter preço menor e menos custos operacionais.
Data: 1985
Por que não saiu do papel: A área técnica da empresa optou por desenvolver um avião baseado no EMB-120 Brasília e acabou abandonando o projeto do EMB-123.
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