País terá mais crédito e menos juros com cadastro positivo e banco digital
Resumo da notícia
- Cadastro positivo começa a funcionar após sinal verde do Banco Central
- Concorrência para oferecer crédito vai crescer e favorecer a queda das taxas de juros
- Deve haver mais participação de bancos digitais e fintechs
- Não há estimativa de quanto os juros devem cair
Os brasileiros vão ter mais opções no mercado para pegar dinheiro emprestado e a juros mais baixos que os atuais já a partir do começo do ano que vem. É o que afirmam bancos digitais e as fintechs. Tudo graças ao cadastro positivo, que recebeu na sexta-feira (11) o sinal verde do Banco Central para começar a funcionar.
"O brasileiro terá acesso a crédito mais barato porque o cadastro positivo resolve um problema de informação", afirma o presidente da Associação Brasileira de Crédito Digital (ABCD), Rafael Pereira. Segundo levantamento da entidade com dados do Banco Central, o grupo formado por apenas os cinco maiores bancos do país são responsáveis por 71% de todo o crédito concedido no país.
O executivo diz que essas instituições financeiras têm hoje um bem valioso: informação. Isso acontece porque é nos grandes bancos que a maior parte dos brasileiros recebe salários, movimenta conta bancária, utiliza cartão de crédito, financia imóvel e carro.
Dessa forma, essas instituições sabem quanto cada um de seus clientes ganha e quanto gasta. E, assim, podem calcular de forma mais segura quanto podem emprestar e quanto cobrar de juros de cada pessoa e empresa assumindo o menor risco possível de tomar calote. Os juros devem cair, mas os especialistas não fizeram uma estimativa de quanto.
Informações democratizadas
Com o cadastro positivo, as informações dos brasileiros vão se espalhar. Os birôs de crédito são centrais de informação que reúnem dados de pessoas e empresas, como conta de gás e luz, crediários de lojas e financiamentos de imóveis.
Como qualquer instituição financeira ou fintech que queira dar crédito poderá consultar esses dados, essas empresas poderão oferecer empréstimos de forma mais segura.
"É como você trocar uma foto por um filme", afirma Leila Martins, diretora de operações de dados da Serasa, um dos birôs de crédito que receberam autorização do Banco Central para atuar. "Na maior parte das vezes, o consumidor é um ótimo pagador, mas teve um problema pontual com alguma conta. E isso acaba atrapalhando a vida dele na hora de pedir empréstimo. O cadastro positivo vai mostrar que aquilo foi pontual e que o cliente é bom pagador".
Segundo ela, dentro de 15 dias, as pessoas começarão a receber, por email, SMS ou carta, um comunicado informando a inclusão delas no cadastro positivo. E dentro de 60 dias, os cadastros poderão ser consultados por bancos e financeiras que queiram dar crédito.
137 milhões devem estar no cadastro positivo
De acordo com estudo feito pela Serasa Experian, cerca de 137 milhões de brasileiros devem entrar no cadastro positivo, incluindo 22,6 milhões de cidadãos que atualmente estão fora do mercado de crédito e que podem ser incluídos por já apresentar um histórico favorável de bons pagadores.
Para a diretora da Associação Brasileira de Fintechs (ABFintech), Ingrid Barth, vai haver maior participação dos bancos digitais e das fintechs na oferta de crédito.
Dados mais recentes do Banco Central, referentes a agosto, mostram que o crédito livre às pessoas físicas atingiu R$ 1 trilhão, com destaque para crédito pessoal consignado e financiamento de veículos.
Nas operações de crédito para as famílias, o custo médio atingiu 52,1% ao ano. Muito acima da taxa básica de juros, aquela que os bancos cobram para emprestar dinheiro ao governo, que é de 5,5%. "Essa diferença vai cair com a maior concorrência", afirma Pereira, da ABCD.
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