América Latina cresce abaixo do mundo, e isso é combustível para tensão
Resumo da notícia
- Para economistas, região cresceu menos que média do mundo, e isso afeta as expectativas da população
- Cenários para crescimento na América Latina seguem abaixo das projeções traçadas para outras regiões
- Governos precisam encontrar formas de acelerar crescimento e reduzir desigualdade, dizem economistas
A economia da América Latina cresceu bem menos do que em outros pontos do mundo, e isso pode ser um combustível para tensão e conflitos. Apesar de alguns países terem crescido mais, como o Chile, os números médios são desfavoráveis para o continente. Também há questões locais, de cada país, e tudo isso junto acaba desaguando em protestos, como os registrados no Chile, na Argentina e no Equador.
"Se a gente analisar os últimos 12 anos, o crescimento médio anual das economias no mundo foi de 3,5%, puxado pela Ásia, que teve crescimento médio de 7,5% ao ano, enquanto na América Latina o aumento médio anual da economia foi de 2,1%", afirmou o economista Paulo Feldmann, professor de graduação e pós-graduação da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, citando dados do Fundo Monetário Internacional (FMI).
América Latina não está crescendo
"A América Latina simplesmente não está crescendo", disse a especialista em Relações Internacionais do Council on Foreign Relations, Shannon O'Neil, em entrevista ao jornal inglês "Financial Times".
Segundo relatório do FMI deste ano, o enfraquecimento da economia mundial e a crescente incerteza em torno das políticas estão atrapalhando o ritmo de crescimento na América Latina.
O FMI projeta para a região um crescimento médio de 2% em 2019 e de 2,5% em 2020, ainda bem abaixo de outras regiões. Na média, o mundo vai crescer 3,6% até 2020, liderado pela expansão da Ásia, onde o PIB (Produto Interno Bruto) deve ser de 6,2% na China e 7,7% na Índia.
Mais riscos podem chegar
De acordo com o FMI, há riscos que podem complicar as perspectivas para a América Latina e Caribe no curto prazo. O FMI cita, por exemplo, a escalada das tensões comerciais entre a China e os Estados Unidos e a desaceleração em algumas das principais economias, que podem resultar em um menor crescimento do comércio na região.
Além disso, cita o FMI, após uma série de eleições cercadas de grande expectativa em toda a América Latina, a incerteza sobre as políticas em algumas das maiores economias da região aumentou, pesando sobre as perspectivas.
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